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Combustíveis nas alturas, poder de compra no chão: até quando?

O título diz bem o que o texto de hoje vai trazer: aquela sensação de impotência quando saímos do posto de combustível e dizemos: “até daqui a pouco!” ao frentista. Sim, é mais ou menos assim a situação. Sentimos que nosso poder de compra está cada vez menor, e eu falei sobre esse tema na matéria da semana passada. Hoje eu quero conversar com você sobre o fator que nos leva a pagar tão caro no combustível.

A gasolina: iniciou o ano na média de R$ 4,00 nos postos de combustiveis. O ano de 2021 ainda não acabou e a gente já vê alguns estados brasileiros passando de R$7,00 o litro.

Por que isso acontece? 
A construção de preços do Barril de petróleo é baseada no seu valor de cotação internacional. Oi? Como assim? Sim, existe o que chamamos de “dolarização” do barril. Isso nos afeta diretamente, pois o real desvalorizado (também falei sobre isso semana passada) faz com que qualquer aumento abrupto (ou não) do dólar, a bomba de combustível fique mais sensível. É fato que a pandemia tem afetado todos os países, mas nós, os eternos países “emergentes” sofremos ainda mais.

Explicando com mais detalhes: o barril de petróleo é colocado à venda no mercado internacional, o preço é em dólar, o preço sobe quando tem muita gente querendo comprá-lo. Imagine como se fosse um Leilão (exemplo) e então lá no “Leilão” define-se quanto vale aquele barril e pronto: esse será o preço (em dólar) cobrado. Isso influencia diretamente nossa economia: gasolina impacta até mesmo o preço do arroz da prateleira.

O diesel e álcool: também há impacto direto no preço desses combustíveis, que são sensíveis ao preço da gasolina. A gasolina é o combustível que impacta em toda cadeia produtiva nacional. Uma coisa leva à outra. Outro fator também, relativo ao álcool é que algumas pessoas acabam partindo para o abastecimento do veículo com etanol, deixando a gasolina de lado por achar (E em alguns casos ser) mais vantajoso que abastecer com gasolina. Aumentando a procura pelo combustível, também impacta no seu valor da bomba, e, havendo aumento do fluxo de frota, também aumenta o número de caminhões (movidos à diesel) para levarem esse combustível até ao posto. Entende como a dolarização da gasolina acaba afetando todos os preços na nossa economia, se não diretamente, afeta indiretamente.

Mas por que não mudamos então essa forma de precificar a gasolina? Bom, isso é assunto para uma próxima.

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Samara Sarmento
Mestre em Economia pela UFPE, Bacharel em Administração, com especialização em Gestão de Marketing. Docente do IFPE, atuando nas áreas de Gestão, Negócios, Finanças e Economia Local.

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