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‘Dia do Irmão’ no contexto de famílias atípicas

Ontem, dia 05 de setembro foi o DIA DO IRMÃO, e o tema da nossa coluna de Inclusão de hoje é esse laço familiar tão importante. Vamos falar da importância dos irmãos no contexto das famílias atípicas?

Quem tem irmãos sabe como essa convivência é enriquecedora, pois os irmãos não só têm em comum os genes, a cultura, a educação ou a classe social, eles também compartilham as mesmas experiências dentro da família. Claro que cada pessoa é única e tem sua própria personalidade, dois irmãos criados sob o mesmo teto podem desenvolver diferentes maneiras de se comportar, no entanto, ambos compartilham as mesmas memórias e experiências.

E quando temos essa convivência num lar com crianças atípicas?

A convivência é ainda mais enriquecedora, já que um irmão durante a infância é uma fonte de companheirismo e confiança. Por exemplo, li esses dias que uma criança com Autismo que tem irmãos, ela consegue ter uma vida positivamente transformada nessa troca de experiências, pela convivência, pela empatia e o cuidado que um tem com o outro.

Um lar neuro diverso, por exemplo, tem uma convivência extremamente enriquecedora tanto para criança com deficiência, como para o irmão sem nenhuma deficiência.

Quando falamos em INCLUSÃO e EMPATIA, sabemos que esses dois termos importantíssimos para vida em sociedade se aprendem em casa, então, claro que existem diversos contextos para esse aprendizado e convivência entre esses irmãos, dependendo da idade, da deficiência e do grau de conhecimento; mas como a convivência entre irmãos é interativa, intensa e muito estimulante, a criança desenvolve inúmeras habilidades na infância que servem para o resto da vida.

Brincadeiras, passeios, atividades e inúmeras outras possibilidades fazem com que as crianças imitem, brinquem, se sintam importantes, se sintam capazes e interajam uns com outros. Por meio de contato visual, por exemplo, a criança poderá desenvolver a capacidade de liderança e confiança e o melhor de tudo, que irão aprender naturalmente sobre diversidade, sobre respeito e generosidade, fazendo assim com que tenhamos uma geração de pessoas mais conectadas com a realidade e as necessidades do próximo.

E a nós, como pais?
Nos resta aprender juntos, já que a nossa geração infelizmente não teve a mesma oportunidade que hoje os nossos filhos estão tendo, a oportunidade de vivenciar a inclusão social na prática, pois mesmo que seu filho não tenha nenhuma necessidade especial ou deficiência, certamente, o seu filho ou filha tem algum coleguinha em sala de aula que precise que ele seja generoso, cuidadoso e sem preconceitos – sim, os preconceitos também os nossos filhos aprendem em casa, viu? – cabe a nós preparar homens e mulheres que lutem pelos seus direitos e se necessário, que lutem também pelo direito do outro. É isso que nos torna humanos, não acha? Essa é nossa missão como pais.

E hoje deixo essa DICA DE FILME, aproveitando a temática (quem me conhece, sabe que sou suspeita para falar sobre essa história aqui) sou apaixonada pelos filmes da Frozen.

Pois se trata sobre 2 irmãs que dependem uma da outra, e que apesar das dificuldades, das peculiaridades e as individualidades delas o que as torna fortes é o fato de que elas se apoiam e aceitam do jeito que são. Se ainda não assistiu, assiste! E se já assistiu, assiste de novo, agora, prestando atenção nos detalhes.

Frozen – Uma aventura congelante (2014)

Elsa é uma rainha que tem a difícil missão de quebrar a maldição de um inverno eterno: ela tem poderes congelantes. Diante disso, a protagonista de “Frozen – uma aventura congelante” se afasta de sua irmã, Anna, temendo prejudicá-la com suas habilidades, já que em um momento na infância ela atingiu a irmã. O forte laço familiar que une as irmãs é mostrado com mais ênfase quando Anna sai em busca de sua irmã, que decidiu viver isolada após uma série de problemas no reino de Arandelle, que foram motivados por sua maldição.

Conclusão:

Frozen é um exemplo perfeito para falarmos sobre “necessidades especiais” e como isso frustra a pessoa que precisa de apoio e acolhimento, e de nem sempre você ter pessoas por perto que te acolham e aceitem do jeito que você é. Só o amor verdadeiro faz com que isso seja superado e a vida possa ser vivida na sua plenitude, apesar de tudo e de todos.

Fazendo uma analogia, facilmente poderíamos dizer que Elsa sente o mesmo que uma pessoa com deficiência que é desprezada e que sofre de preconceito por aquilo que a torna “diferente” dos demais. A sociedade ainda não está preparada para aceitar as pessoas como elas são. A sociedade impõe um “estereotipo de pessoa ideal” e se a pessoa não se enquadra nesse “padrão” ela rapidamente é discriminada e separada do convívio. É contra isso que precisamos lutar, contra o preconceito e discriminação, para termos uma sociedade de pessoas com as suas peculiaridades e especificidades que se respeitam e são respeitadas!

Lorena Benitez
Paraguaia, Acadêmica de Direito, Membra colaboradora da Comissão de Direitos dos Refugiados da OAB/PE, Membra do Comitê Interinstitucional de Proteção aos Direitos da Pessoa em Condição de Migração, Refugio e Apátrida de PE – COMIGRAR.

2 comentários em “‘Dia do Irmão’ no contexto de famílias atípicas”

    • Oi Manu, muito obrigada pelo feedback! Fico muito feliz em saber que você está acompanhando e gostando do conteúdo das nossas colunas! Obrigada pelo carinho! Beijão! <3

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