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Delegada Gleide Ângelo apresenta projeto de lei para o estímulo à participação das mulheres no mercado literário

Você pode indicar o nome de uma autora pernambucana? E qual foi o último livro escrito por uma pernambucana que você leu? Talvez você não tenha uma resposta imediata para estas perguntas, afinal, a história mostra que as mulheres quase sempre participaram da produção literária, assim como em tantas outras áreas, de modo quase invisível. Visando desconstruir este padrão e estigma, a Delegada Gleide Ângelo apresentou um projeto de lei que pretende fomentar a participação das mulheres no mercado autoral e editoral pernambucano.

Segundo uma pesquisa feita pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, da Universidade de Brasília, entre as três maiores editoras nacionais (Record, Companhia das Letras eRocco) existe o domínio de escritores (70,6%) e de personagens homens (58,2%), assim, apesar de as mulheres formarem a maioria do público leitor (IBGE, 2016) ainda não existe uma representatividade equivalente ao público feminino na produção. Desta maneira, o projeto apresentado pretende levantar o debate e incentivar os gestores públicos de todo o estado para a necessidade de desenvolver programas, projetos e ações de valorização da mulher na literatura.

“A exclusão das mulheres dos espaços de fala sempre existiu, desde áreas básicos da cidadania, como o voto, até (e principalmente) na educação, na alfabetização e no estudo. As mulheres sempre estiveram restritas aos espaços domésticos e familiares. Estamos trabalhando para o desconstrução de uma cultura de invisibilidade, a qual também contribui para que muitas mulheres deixem de acreditar em suas capacidades. Principalmente àquelas que estão ou são egressas da rede pública de ensino”, explica a parlamentar. A Delegada também lembra que, até bem pouco tempo atrás, o silêncio e a obediência deveriam ser as premissas femininas ideais, convenientes a uma estrutura social sustentadora de um sistema que tornou a sociedade cada vez mais patriarcal e masculina.

Assim, o fomento e a valorização da participação feminina no campo literário deve ser urgente e indispensável, não apenas pelo mercado editorial limitado e pouco igualitário, mas também porque escrever pode ser um ato de libertação capaz de recuperar a evolução da história da mulher, de suas lutas e conquistas e de tudo aquilo que deve ser lembrado.

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