A adesão do PSL ao bloco de Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara, foi publicada nesta 5ª feira (21.jan.2021) no site da Casa. A cúpula da sigla está com Baleia Rossi (MDB-SP), adversário de Lira na disputa, mas a maioria dos deputados da legenda preferiu Lira.
O candidato do PP conseguiu apoio de 36 dos 53 deputados da sigla. Como os blocos são formados por maioria de apoios na bancada, e não na cúpula das legendas, o movimento foi consumado.
Lira anunciou a adesão do PSL ao seu bloco na 3ª feira (19.jan.2021). Adesões de blocos, porém, costumam levar algum tempo para serem publicadas porque a equipe técnica da Câmara tem procedimentos como a conferência de assinaturas.
Por enquanto, a adesão do PSL é uma demonstração de força de Lira. Para ter efeito prático é necessário que o acordo mantenha-se de pé até a data da eleição, 1º de fevereiro. Até lá, caciques pesselistas como Luciano Bivar e Antonio Rueda tentam dissuadir os deputados da sigla do apoio a Arthur Lira.
As cúpulas partidárias têm poder sobre os deputados porque controlam, por exemplo, os recursos dos fundos Eleitoral e Partidário. Indispor-se com o comando da sigla pode significar não ter verbas para campanha e perder a eleição seguinte.
O PSL é um partido rachado. Deixou de ser sigla nanica em 2018, quando elegeu 52 deputados na onda de Jair Bolsonaro. O presidente da República se desentendeu com os caciques da legenda e deixou o partido.
Ficaram na bancada do PSL, porém, deputados fiéis ao partido e outro fiéis a Bolsonaro. Lira tem força principalmente nesse 2º grupo. É o candidato favorito do governo federal. Aproximou-se de Bolsonaro ao longo de 2020.
Arthur Lira comemorou a entrada do PSL em seu bloco. Por questões procedimentais da Câmara, ele só conseguiu trazer o partido para perto de si na 3ª tentativa.
Os blocos servem para dividir os principais cargos da Mesa Diretora, a direção da Câmara –menos a presidência, definida apenas por eleição. Quanto maior o grupo, mais cargos na Mesa e maior a prioridade de escolha dos postos. O tamanho desses grupos é definido pelo número de deputados que os partidos integrantes elegeram. Não são consideradas mudanças partidárias posteriores.
Ter o maior bloco não significa necessariamente vencer a eleição. O voto é secreto. Os deputados podem, por exemplo, assinar a adesão a um bloco por pressão partidária e apoiar outro candidato na urna com poucas chances de serem retaliados.
Se a eleição fosse hoje, Arthur Lira provavelmente venceria. Além de ter apoio do governo, ele é líder do Centrão e está em campanha há meses. Baleia Rossi virou candidato no fim de dezembro e tenta conter dissidências em partidos de seu grupo, como PSB, DEM e PSDB. Ainda não formalizou um bloco.
A votação será em 1º de fevereiro e realizada presencialmente. Para ser eleito são necessários ao menos 257 votos, se os 513 deputados votarem. Quem vencer terá mandato de 2 anos no cargo.
Fonte: Poder360