Nas décadas de 50 e 60, uma crescente motorização tomou conta da Holanda. Em meados da década de 70, a cultura carrocêntrica cresceu a passos largos, dominando todos os espaços. Uma luz amarela acendeu e algo precisava ser feito pois as cidades iriam para.
A solução seria retomar o espaço dedicado ao tráfego de automóvel e buscar soluções de mobilidade ativa, focadas no ciclismo. E foi o que aconteceu, um plano arrojado foi elaborado e executado, investimentos em infraestrutura ciclo viária, rotas, boas instalações e acessíveis em todos os lugares em prol dos ciclistas, sempre pensando em suas necessidades e interesses, conseguindo entregar de uma forma eficiente um sistema de transporte totalmente voltado para esse modal.
Hoje estimasse que mais de 65% da população use a bicicleta para realizar seus deslocamentos diários, trabalho, escola ou lazer.
Trazendo para nossa realidade…
Nos últimos 20 anos temos observado nas cidades brasileiras uma crescente motorização e consequentemente problemas de trânsito e externalidades que afetam as cidades, acidentes, poluição, perda de produtividade, entre outras. Uma mobilidade comprometida.
Então, não seria a hora de também pensarmos no futuro de nossas cidades?
Lembra que o primeiro passo lá na Holanda foi planejar? Planejar funciona bem em qualquer parte do mundo não acha?
Você pode até estar pensando, “nossa, comparar Copenhagen ou Amsterdam, com qualquer cidade no Brasil é uma contradição muito grande, são dois extremos.”
Mas aí eu lhe pergunto: Será que não podemos buscar as boas referências onde deu certo?
Claro que sim! Lógico que temos particularidades ambientais, socioeconômicas e resistência à mudanças, uma quebra de paradigma para adoção dessa cultura de ciclomobilidade.
Infelizmente no Brasil, ainda é muito incipiente as políticas de mobilidade ativa, apenas algumascidades vêm fazendo seu dever de casa, mesmo com ativismos em favor da bicicleta, ainda tem muita coisa a ser feita.
Estrutura ciclo viária no Brasil: https://ciclomapa.org.br
Por fim, compartilho com vocês algumas expressões a respeito de ciclomobilidade para você se familiarizar:
Uma ciclovia (ou pista ciclável) é um espaço destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas.
Há vários tipos de ciclovia, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis:
- ciclofaixa: é uma faixa das vias de tráfego, geralmente no mesmo sentido de direção dos automóveis e na maioria das vezes ao lado direito em mão única. Normalmente, nestas circunstâncias, a circulação de bicicletas é integrada ao trânsito de veículos, havendo somente uma faixa ou um separador físico, como blocos de concreto, entre si.
- ciclovia: é segregada fisicamente do tráfegoautomóvel. Podem ser unidireccionais (um só sentido) ou bidireccionais (dois sentidos) e são regra geral adjacentes a vias de circulação automóvel ou em corredores verdes independentes da rede viária.”
Temos também o “tráfego compartilhado: não há nenhuma delimitação entre as faixas para automóveis ou bicicletas, a faixa é somente alargada de forma a permitir o trânsito de ambos os veículos. Importante destacar que para se aplicar esse modelo, alguns critérios de segurança tem que ser obedecidos, como a velocidade da via, propiciando uma harmônia no ambiente do trânsito.”
Acompanhe nossa coluna aqui no https://blognovocontexto.com.br. Vamos semanalmente trazer um tema correlato a mobilidade urbana e sustentabilidade.
Eu sou Ricardo Henrique, especialista em gestão de mobilidade urbana e sustentabilidade e Presidente da Fundação Mobilicei e estou à disposição para junto com você fomentar a boa mobilidade! Instagram @mobilicei
Abração!