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Anvisa libera Coronavac para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos

O esquema vacinal é o mesmo para maiores de 18 anos, com duas doses, e intervalo de 28 dias. O Butantan queria liberação a partir de 3 anos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou, nesta quinta-feira, 20, a aplicação da vacina contra a covid-19 Coronavac para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, com exceção dos imunocomprometidos. O pedido, feito do Instituto Butantan, abrangia crianças a partir de 3 anos, mas, segundo o órgão, faltam dados para uma autorização maior.

A decisão foi unânime dos cinco diretores da Anvisa. Este é o segundo pedido que o Instituto Butantan fez ao órgão para o uso emergencial da vacina em crianças e adolescentes. O primeiro, em agosto do ano passado, foi negado pela falta de dados dos estudos realizados com a população pediátrica.

Nesta nova análise, o Butantan enviou dados de fase três dos testes de eficiência e eficácia. Foram estas informações que faltaram no primeiro pedido. O estudo é feito com 14 mil crianças e adolescentes de 6 meses a 17 anos, em diversos países (China, África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas), e os dados preliminares foram encaminhados à Anvisa. Foi com base neste teste que o órgão tomou a decisão.

Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, faltam informações sobre os estudos com crianças entre 3 e 5 anos. “Nossa sugestão é que somente crianças de 6 a 17 anos sejam vacinadas, desde que não sejam imunocomprometidas. São os dados que temos maior informação e maior sugestão de desempenho. E isso é corroborado pelas sociedades médicas”, disse ele durante a reunião da Anvisa, na manhã desta quinta-feira.

Ainda de acordo com Mendes, existe a necessidade de acompanhar os estudos feitos globalmente com a Coronavac. Um dado preliminar mostra que após seis meses há uma queda nos anticorpos capazes de neutralizar o coronavírus. A mesma informação já foi observada com outras vacinas, sendo necessária a dose de reforço. Também há a necessidade de receber os dados finalizados dos estudos de fase três.

Em seu voto, Meiruze Freitas, diretora da Anvisa, lembrou que a Coronavac é usada em mais de 110 países, sendo a mais aplicada globalmente, com cerca de 1 bilhão de pessoas imunizadas. “A vacina foi significativamente efetiva contra hospitalizações, internações em UTIs e óbitos na população pediátrica”, disse.

Queiroga diz que “vai avaliar” compra

A Anvisa autorizou, em dezembro do ano passado, o uso da vacina da Pfizer em crianças entre 5 e 11 anos. O governo federal já recebeu aproximadamente 2,5 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer. Um novo lote, com 1,8 milhão, está previsto para chegar no dia 24 de janeiro. A aplicação é realizada em todo o Brasil desde o último fim de semana, começando pelas crianças com comorbidades.

Na segunda-feira, 17, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que assim que a Anvisa liberasse a vacina pediátrica da Coronavac, a pasta “iria avaliar” para que o imunizante fosse disponibilizado dentro do Programa Nacional de Imunizações. Até o momento, não há acordo entre o governo federal e o laboratório paulista.

Fonte: Exame

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