O país está vivenciando em várias regiões, um surto de gripe. O vírus influenza H3N2 (Darwin), como foi batizado, tem deixado todos em alerta devido a sua capacidade em levar a Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG. Novamente SRAG, que levou inúmeras pessoas a internações nos quadros de COVID-19 grave e nos acompanha há dois anos!
Atrelado a esse momento de cautela, o mundo passa por uma reinfecção da Covid-19 através da variante Ômicron, que ainda tem sobrecarregado os sistemas de saúde em diferentes localidades, inclusive promovendo coinfecção: H3N2 + COVID-19, chamada de flurona.
Nesse contexto, as vacinas se destacam ainda mais quanto a sua importância! Sabemos que o objetivo de uma vacina não é fazer com que o indivíduo não tenha a doença, mas sim, conferir imunidade para que ao ter a doença, este a tenha de forma branda, com sintomas leves. E sobe essa ótica, podemos enxergar nitidamente o quanto que mais vidas já foram salvas adquirindo essa proteção.
O Brasil é um país que tem uma cobertura vacinal anual para as Influenzas, e diante dessa variante, muitas dúvidas foram levantadas sobre se a vacina utilizada no Programa Nacional serviria para gerar proteção nos casos de H3N2. O Instituto Butantan, fabricante da vacina contra a gripe utilizada no Programa Nacional de Imunização (PNI), informou nessa quinta-feira (6) que testes de laboratório realizados pelo instituto mostraram que o imunizante é capaz de conferir proteção contra infecção pelo vírus influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição.
Segundo Ricardo Oliveira, o diretor de produção do Instituto Butantan, a vacina atual, trivalente, feita contra os vírus da influenza H1N1, H3N2 e B, protege contra a H3N2 Darwin de forma cruzada, ou seja, neutraliza essa variante em razão de ter em sua composição a proteção contra a cepa H3N2 original, “parecida” com a Darwin.
Ricardo ressalvou, no entanto, que a atual vacina produz uma proteção menor do que um imunizante fabricado especificamente contra a cepa H3N2 Darwin. “A vacina que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro”.
A nova versão da vacina da influenza, que será distribuída em 2022 Ministério da Saúde, é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2 (Darwin) e a cepa B, e já está sendo produzida pelo Butantan em suas fábricas. O envase está previsto para a primeira semana de fevereiro.
Essa foi a nossa Coluna Saúde de hoje. Me acompanhe através do Instagram: @nayara_gsousa.
Nayara Sousa
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia
Consultório da Mulher – Empresarial Difusora
