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Paracetamol na gravidez: Será que é seguro tomar?

O Paracetamol é um medicamento de escolha para boa parte da população, para alívio de dores e febres, principalmente por ser acessível quanto a sua disponibilidade e custo. Sendo também uma medicação amplamente indicada para uso durante o período gravídico.

Porém, nos últimos anos diversos estudos tem apontado evidências que o medicamento não é tão seguro para grávidas como parecia ser. Foi publicado na Nature Reviews Endocrinology uma Declaração de Consenso assinada por 13 especialistas e apoiado por 91 cientistas e profissionais da saúde, onde o medicamento só deve ser utilizado por esse público com minuciosa indicação.

Os autores revisaram pesquisas realizadas em animais e baseadas em células, e pesquisas epidemiológicas relacionadas ao uso de paracetamol durante a gravidez publicadas entre 1º de janeiro de 1995 e 25 de outubro de 2020. Essa revisão sugere que o uso do paracetamol pode ter relação com alteração no desenvolvimento fetal, aumentando os riscos de alguns distúrbios neurológicos, urogenitais e reprodutivos.

Estudos apontam que mais de 50% das gestantes no mundo fazem uso do Paracetamol, no entanto, uma quantidade crescente de pesquisas sugere que a exposição pré-natal ao paracetamol pode afetar o desenvolvimento fetal, inclusive quanto a distúrbios neurodesenvolvimentais.

Outros estudos tem indicado que o Paracetamol poderá causar uma maior probabilidade de autismo, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e redução de quociente de inteligência. Esse resultado pode estar ligado ao fato de que o paracetamol altera o equilíbrio hormonal no útero. 

Um estudo realizado pela Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, analisou 132.738 pares de mães e filhos durante três a 11 anos e identificou que o paracetamol pode aumentar em até 30% o risco de TDAH, caracterizada pela desatenção, impulsividade e inquietude; essa condição surge na infância e acompanha o indivíduo pelo restante da vida. O autismo é outro risco do medicamento durante a gestação, chegando a 20%.

Não existe um consenso ou uma comprovação exata sobre os efeitos do medicamento durante a gestação, mas existem diversos estudos que se aproximam quanto aos possíveis efeitos nocivos do uso para o desenvolvimento fetal. É extremamente importante que as mulheres não façam automedicação e dialoguem durante o pré-natal com o profissional de sua confiança.

Essa foi a Coluna Saúde de hoje. Me acompanhe através do Instagram @nayara_gsousa.

Dra. Nayara Sousa

Enfª Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. CEO do Consultório da Mulher – Caruaru/PE

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