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ARTIGO: O Charuto de Freud.

Parece-me que a História parou! Ou melhor, será que vivemos num declínio incomum? A saber! As últimas polêmicas são imensas, as perguntas são as mais variadas e nenhuma resposta é fácil. O homem do pós-Guerra, acreditou que todas as respostas seriam benfazejas na tecnologia e que apenas ela seria sua sobrevivência e última saída. Mas o vírus ainda nos ameaça, estamos definitivamente numa encruzilhada. É preciso ter em mente de que nada nos ocorre de repente, nosso maior problema tem a Memória seletiva. O homem do pós-Guerra também acreditou que a Democracia proclamada seria a reposta para todos os males. Mas o mundo balança, somos inconstantes, obscuros, trilhamos perdas, relações, sentimentos, exemplos daninhos. Nunca assistimos tantos incômodos, ou, pergunto-me mais uma vez, nossa Memória é seletiva?

As simpatias fascistas tornam a ganhar volume, os limites se espalham e os fanatismos submergem. Acreditamos que a Democracia por si só iria operar milagres, mas o trapézio balança, será que que o homem do pós-Guerra não encerrou se em seu espelho egoísta, não dando ouvidos aos ruídos sempre presentes? Por que se pensou que o progresso do Capitalismo evitaria a miséria, ou o “bem comum” do Socialismo subiria a montanha do cosmo? Poucos privilegiados de ambos os lados perderam se em seus narcisismos doentios e não cooperaram para nada.

As simpatias fascistas não ganham força apenas como discurso políticos. Ele vai a prática na brutalidade da milícia que constrói uma sociedade clandestina com seus espetáculos, cultos e até, acredite se caro leitor, resistências.. Nada pode ser mais tosco e vadio! Mas, novos tempos, novas “sofisticações”.
A sociedade se desencontra e o futuro parece ter máscara de desamparo, mas, é preciso lutar contra os donos da ressurreição nenhum pouco divina. A sala do consultório não está fechada! Mas os barulhos nos pedem reflexão e escuta imediata. Não existe História sem turbulência, sem engano, o erro chama a verdade, e a verdade chama aí erro. As pulsões de morte no mundo presente nos empurram como que para um abismo sem fundo, a quem se choque, mas a pergunta que fica é. Onde estão as Utopias? Não me refiro a ingenuidades, mas saber viver observando os gestos de cada um, a final, a medida do Tempo é vacilante.

Freud via com bons olhos o que ele chamou de o Mal estar da Civilização. Mas essa visão estava atrelada a perguntas complexas, respostas difíceis cheias de dúvidas, mas sempre, sempre procurando o entremeio da conversa, a superação parcial das falhas, as vaidades que mesmo no tropeço, o Homem faz questão de esparsar.

As respostas podem ou não mudar pertencimentos, lembremo-nos da agonia de Édipo e vinganças mascaradas de perdões. Sou um entristecido, pois, nem a Arte me livra das mais variadas dores. Enfim, para utilizar uma palavra da moda, as narrativas são diversas.

As intrigas entontecem, o labirinto não tem fim e ano após ano sofisticamo-nos. É preciso soltar palavras para atravessar essa vida de bombas atômicas que pretensa e imoralmente foram justificadas através da política. Não sei quais as razões de tantas idas e vindas. Mas ao fim, é preciso não calar, mas tentar.

Emerson Barbosa
Professor. Mestre em Historiografia brasileira pela UFPE. Colunista do Pesqueira Notícias e Paranhana Literário RS.

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