Diante de uma situação de perigo, que, de alguma maneira, nos ameaça, é normal sentirmos medo. E não há problema nisso. Quando trazemos essa análise para o mundo do empreendedorismo, é preciso ponderar, também, que o medo não pode gerar paralisia ou estagnação. Há que se saber lidar e conviver com ele, dominando-o, a fim de que ele se torne muito mais um motivador do que inibidor.
O medo é uma resposta instintiva do organismo. Alerta-nos de que estamos diante de algum perigo. Ao deparar-se com algo que inspira medo, é importante dar ouvido a esse sentimento, porque ele sempre tem uma mensagem importante. O principal a fazer é redobrar o cuidado, prestar atenção, estudar a situação de forma diligente, avaliando os cenários possíveis para traçar a melhor estratégia de resolução do problema. Não se pode, por outro lado, deixar-se paralisar, entregando-se à insegurança.
Quem está bem preparado para enfrentar os problemas da vida dificilmente é vencido pelo medo. É que o medo se instala quando enfrentamos algo que vemos como maior que nós mesmos. E, quando estamos preparados, nada é maior. Daí a importância de todo empreendedor manter-se em constante atualização e aperfeiçoamento. Sempre defendi o estudo e o conhecimento como grandes armas na vida do empreendedor, e eles são de primacial importância, também, em situações de medo. Porque muito do medo vem de não sabermos como agir, e o conhecimento dissipa essa névoa.
Para vencer o medo, é preciso desenvolver a autoconfiança. Esta, por sua vez, advém do autoconhecimento. E a melhor forma para adquiri-lo é ter plena ciência de suas habilidades, capacidades e, também, limitações – essas, para que sejam trabalhadas e superadas; aquelas, para que sejam ainda mais estimuladas. Fazer uma análise criteriosa e honesta de si mesmo ajuda bastante. Colocar no papel, como numa lista, seus pontos fortes e fracos ajuda a enxergar, de forma mais visual, um panorama de sua situação atual. Daí, é hora de partir para a ação e melhorar para ser melhorado. Esse aperfeiçoamento traz a confiança necessária a encarar os desafios que a vida impõe.
Ninguém deve se envergonhar por sentir medo. Ele faz parte da natureza humana. Prejudicial, no entanto, é deixar que o medo impeça a evolução pessoal ou profissional. Não se pode ceder a esse sentimento de impotência, nem permitir que ele seja motivo de desistência de sonhos. Uma frase que sempre uso e defendo: se for para desistir de algo, desista de ser fraco, desista de desistir.
Janguiê Diniz
Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo