Preocupado com o processo de desindustrialização pelo qual o Brasil tem passado, o ex-senador e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PSDB), voltou a defender a formulação e execução de políticas industriais eficazes que fortaleçam o setor produtivo brasileiro, gerando empregos de qualidade.
“No passado, quando se falava em política industrial, muitos achavam ser apenas conceder incentivos ou promover desonerações. Não é isso. A política industrial tem que ser uma aliança entre o setor público e o setor privado para promover a competitividade da economia. A pandemia colocou luz neste processo. Todo País precisa ter uma indústria forte e precisa ter uma certa autossuficiência, sobretudo em alguns setores que são críticos, como por exemplo agora essa área de insumos, de equipamentos médicos”, afirmou.
Para Armando, uma política industrial efetiva precisa promover a renovação do parque fabril brasileiro e estimular a inovação e a transformação digital. “O País precisa de uma indústria forte, de uma indústria capaz de disseminar a tecnologia, de poder afirmar finalmente a própria soberania do País”.
Com a experiência de quem também presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI) por oito anos, Armando diz ainda que para colocar a indústria no centro da agenda do desenvolvimento do País é preciso que se promovam ajustes na política macroeconômica, principalmente no câmbio valorizado e nos juros. Ele chama a atenção também para a reforma tributária, que está tramitando no Congresso Nacional.
“Infelizmente, o Governo Federal não tem sido capaz de coordenar esse processo e agora apresenta uma reforma pífia, um arremedo de reforma. Isso não melhora o quadro de competitividade da indústria brasileira”, aponta.