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COLUNA DA SEMANA: Breves momentos de tensão e repactuação de alianças

Todo mundo sabe que a política é um jogo de negociações, acordos e acenos para que se chegue aos objetivos desejados pelos personagens políticos. Nem sempre o que se vê hoje é sombra do que se verá amanhã. Os posicionamentos mudam, as articulações se intensificam e as estratégias para se costurar alianças políticas são as mais diversas.

Mesmo faltando um bom tempo para as eleições de 2022, aqui em Pernambuco o jogo não para. Tudo começou pela insurreição gerada pelo deputado federal Sebastião Oliveira (Avante), que puxou coro para uma pré-candidatura da Frente Popular de Pernambuco diferente do que se defendia até então, levantando a hipótese do candidato ser o atual secretário da Casa Civil, José Neto, que possui bom lastro de interlocução política com a bancada federal de Pernambuco e com os parlamentares da Assembleia Legislativa.

O que se viu desde então foram registros de insatisfações com possíveis alianças partidárias, PDT de Wolney, MDB (Ala da situação) e Republicanos chegaram a flertar com o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, pertencente ao MDB da Ala Oposicionista. Existem também aqueles partidos que não demonstram a insatisfação, mas nos bastidores, PSD e PP estão buscando se cacifar para a chapa majoritária ou ganhar um espaço maior no governo.

Para muitos isso seria um reflexo do desgaste político da Frente Popular de Pernambuco, uma densa aliança que vem sustentando o projeto do PSB. Mas para especialistas no jogo, isso faz parte do processo, onde os partidos sinalizam a necessidade de ir à mesa para repactuar as alianças e definir os espaços na eleição de 2022.

Não podemos desconsiderar nenhum movimento, mas para que essas estruturas partidárias desembarquem da Frente Popular é necessário um trauma muito grande, pois nos últimos anos o governador Paulo Câmara conseguiu acomodar muito bem o vasto leque de partidos que formam essa frente. A última declaração do presidente do PSB, Sileno Guedes, sobre não discutir 2022 agora e deixar para adiante esse debate é uma clara demonstração de que os governistas possuem um certo controle da situação política no estado, repetindo um jogo estratégico que vem de Eduardo Campos e foi vitorioso até agora. Por enquanto, os partidos puxam a corda apresentando suas demandas, tensionando por breve momento essa relação. Se essa corda se romperá, o tempo e as alianças dirão.

Chamou a atenção
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) declarou apoio à gestão do prefeito Keko do Armazém (PL), do município do Cabo de Santo Agostinho. O que chamou atenção foram os polos distintos que os dois caminham em Pernambuco, Dudu é aliado do governo de Pernambuco e Keko faz parte do partido de Anderson Ferreira, oposição ao governo de Pernambuco e propenso candidato ao Senado Federal pela chapa das oposições. A jogada tem tiro certo, o grupo do ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB) e a deputada estadual Fabíola Cabral (PP).

Reforma Tributária
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve definir o formato da tramitação da reforma tributária nesta semana após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), líderes partidários e o relator do texto na comissão mista, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Lula circulando em Brasília
Circulando por Brasília com ares de elegível, o ex-presidente Lula (PT) esteve articulando a viabilização da sua candidatura à presidência com a classe política. De cara, já esteve com outro ex-presidente, José Sarney, manda chuva no MDB, o deputado federal Rodrigo Maia, que possivelmente se filiará ao PSD e o deputado federal, Marcelo Freixo (PSOL).

Pedido Negado
CDL, Sindloja, FIEPE e ACIC pediram à prefeita Raquel Lyra a antecipação de alguns feriados a fim de amenizar perdas econômicas vivenciadas pelo comércio e indústria durante a pandemia. Em nota, a Secretaria de Saúde do município negou o pedido do meio empresarial alegando não ter um bom panorama epidemiológico para conceder o pleito.

Passe disputado
O ex-senador Douglas Cintra está sendo disputado por partidos como PTB, PSL e PSDB. Embora tenha sido fiel apoiador de Armando Monteiro que hoje está filiado ao PSDB, o caruaruense ainda não definiu seu destino. Tal disputa é fruto do bom relacionamento do empresário com a classe política pernambucana.

Projeto Anti-Moro?
O deputado federal Augusto Coutinho (Solidariedade) apresentou um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados que dispõe da criação de um prazo de seis anos de afastamento definitivo de magistrados, agentes de segurança pública como, por exemplo, delegados, membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e das Forças Armadas para que possam concorrer a um mandato eletivo. Perguntar é preciso: a ideia é conter uma candidatura do ex-juiz Sergio Moro?

Não é candidato ao legislativo
O prefeito de Toritama, Edilson Tavares (MDB), apesar de uma excelente gestão realizada
já deixou claro que não será candidato a deputado federal nem estadual. Edilson é um dos bons nomes do partido em Pernambuco e ninguém fique espantado se ele for o nome do MDB para a chapa majoritária da Frente Popular, como vice-governador. De cara, frustraria os planos de Miguel Coelho mantendo o partido na base do governo, e acenaria para o eleitorado evangélico, equilibrando a chapa de esquerda.

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