Com 100% das urnas apuradas, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) está reeleito em São Paulo. Em disputa contra o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), Nunes atingiu 59,35% dos votos, contra 40,65% o candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A vitória de Ricardo Nunes mostra a força da máquina pública, em uma eleição marcada por reeleições. No primeiro turno, 81% dos prefeitos que tentaram um novo mandato saíram vencedores do pleito.
É a segunda eleição que Boulos bate na trave — em 2020, perdeu no segundo turno das eleições para à prefeitura de São Paulo, quando Bruno Covas (PSDB) saiu vencedor. Na ocasião, Boulos teve 2,1 milhões de votos — 40,62% do total.
Nunes chegou na disputa pela reeleição com uma grande coligação. Além do MDB, estavam juntos o PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil. O grande grupo de partidos lhe rendeu o maior tempo de propaganda no rádio e TV — apontado pela campanha de Nunes como um dos responsáveis pelo crescimento do candidato a partir de setembro.
Quem sai ganhando com a vitória de Nunes
O principal padrinho político de Nunes na eleição foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que o apoiou mesmo nos momentos de baixa na campanha, como quando Pablo Marçal (PRTB) disparou nas pesquisas eleitorais.
O vice-prefeito eleito na chapa do emedebista é Mello Araújo (PL), um coronel aposentado da Polícia Militar, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mesmo tendo escolhido o número dois na chapa, Bolsonaro não foi uma presença marcante na campanha, e chegou a endossar o nome de Pablo Marçal.
“Eu fechei com o Ricardo Nunes. Não é o meu candidato dos sonhos, mas eu tenho um compromisso. Vou ajudá-lo onde for possível”, disse o ex-presidente em agosto.
No segundo turno, Bolsonaro prometeu entrar na campanha de Nunes, mas acabou não encontrando espaço. Membros da campanha de Nunes informaram à coluna da Malu Gaspar, do O Globo, que o prefeito não precisava mais do apoio de Bolsonaro, e que a presença do ex-presidente poderia até mesmo atrapalhar no segundo turno — vale lembrar que Bolsonaro perdeu para Lula em São Paulo, nas eleições de 2022.
Fonte: Correio Braziliense