Hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data que carrega consigo histórias de lutas, árduas conquistas e muitos desafios por vir. Entre estes, a efetivação de uma política pública eficiente em saúde da mulher.
Ao olhar para trás, conseguimos contemplar inúmeros avanços em nosso Sistema de Saúde. Basta lembrarmos que houve um tempo em que as mulheres eram somente assistidas sob a visão da reprodução. Todas as políticas destinadas visavam a segurança do parto, porém não contemplavam a mulher como um ser muito além da maternidade.
Com o passar dos anos e as inúmeras lutas em busca de uma assistência digna, hoje podemos usufruir de um olhar em saúde holístico, que considera a mulher como um ser dotado de especificidades. Com oferta de atendimento e acompanhamento que varia desde o planejamento reprodutivo até a menopausa. Que busca respeitar as diferenças culturais, sociais, espirituais, entre outros.
Mas, ainda temos inúmeros desafios! A exemplo do combate a Mortalidade Materna. A morte de mulheres por questões ligadas indiretamente e diretamente ao parto é considerado um grande desafio de Saúde Pública. Infelizmente, rotineiramente encontramos mulheres que são violadas quanto o direito ao acesso à saúde, principalmente em um dos momentos mais frágeis em suas vidas: o parto.
Uma dura realidade que persiste ao longo dos anos. Muitas não conseguem atendimento adequado no processo de parto e vão a óbito, e muitas que conseguem assistência, relatam diversas situações de Violência Obstétrica. Outro grande desafio é a oferta de um pré-natal seguro, com um acompanhamento capaz de atuar em tempo hábil intervindo em situações adversas. Sabemos que a principal causa de Morte Materna está ligada as Síndromes Hipertensivas, causa está plenamente prevenível. Onde estamos falhando quanto sistema de saúde? Precisamos questionar e cobrar ao poder público medidas resolutivas.
Que esse dia tão reflexivo nos leve a busca por respostas e o despertamento de que as mulheres brasileiras precisam continuar avançando e necessitam de um sistema que as atenda de forma eficaz e humanizada. Essa é uma de nossas lutas diárias.
É o que desejo quanto mulher, mãe e enfermeira especialista em Saúde da Mulher: dignidade, dignidade na atenção integral à saúde da mulher.
Nayara Sousa, Mãe, Esposa, Enfermeira Ginecológica e Obstetra, Pedagoga e Coordenadora de Pós-graduação.
