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Por quê precisamos nos preocupar com política?

Em meio a níveis alarmantes de desigualdade social, uma economia vacilante e uma polarização que, convenhamos, apenas atrapalha, por qual motivo deveríamos nós, simples cidadãos, nos preocuparmos com política? Qual seria a justificativa para dedicarmos minutos preciosos de nossas vidas na leitura de jornais qualificados, com o único objetivo de sabermos o que acontece em nosso país?

Na antiguidade os Gregos acreditavam que o homem era, por natureza, um ser político, mas não somente, também seriamos nós animais sociais que precisam viver em comunidade. Em seu famoso livro, A Política, Aristóteles discorre logo nos primeiros capítulos que a política é uma atividade grupal, ou seja, para que ela seja exercida, é preciso, necessariamente, um grupo de pessoas para que haja política. Segundo os próprios Gregos, a política nada mais seria que a busca pelo bem comum da coletividade, por meio do debate, da discussão, do diálogo.

Etimologicamente, o verbete política significa politeía, o que seria um termo para indicar todas as atividades e procedimentos referentes à Polis. Na antiguidade, às Polis eram cidades-estados gregas, nas quais havia espaços utilizados para intensa atividade política, com a finalidade de decidir o que era melhor para cidade.  Portanto, política seria a atividade pela qual nós, cidadãos, praticamos o bem comum e decidimos o que é melhor é para nossa comunidade.

É certo que quando damos uma olhada no cenário político atual, somente vemos políticos comprometidos com a próxima eleição, corrupção, orçamento secreto, em suma: observamos tudo, menos uma busca intensa pelo bem comum de nossas sociedades. Uma coisa que aprende em minha curta caminhada, é que o preço que àqueles que não gostam de política pagam é serem governados por aqueles que gostam, entendem e se dedicam a ela e isso, não necessariamente é algo bom.

Para àqueles que não se preocupam com política, devemos lembrá-los que é por meio dessa ferramenta que se debate/decide dilemas sobre todas as áreas sensíveis, desde desenvolvimento sustentável e desemprego, até mesmo o PIB e a política monetária e inflacionária. Como pode ser visto em toda a trajetória da Nova República (1988-presente), há certamente políticos profundamente preocupados com os rumos de nossa sociedade em pleno século XXI, preocupados em dialogar sobre as novas dicotomias de nossa geração. Se você, leitor, não se preocupa em fiscalizar e cobrar dos políticos em quem votou, nem se preocupa em contribuir a sua maneira para um país melhor, não sairemos do lugar e as eleições de 2022 não serão nada além de mais um pleito.

Se desejamos um país melhor, precisamos lutar por isso, seja em um plano micro ou macro, seja como líder de comunidade até mesmo Presidente da República, todos nós precisamos nos preocupar com a política e exercê-la, como bons cidadãos para a construção de um Brasil mais humano, fraterno e solidário.

Pedro Henrique Lima 
Graduando em Direito, Pesquisador do LABÔ (PUC-SP) e Estudioso da Democracia.

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