A vinda de Bolsonaro a Pernambuco, nesta última segunda-feira (24/02) poderia ser um ato político de respiro ao ex-presidente, que vem sofrendo retaliações políticas e judiciárias, mas pela falta de unidade do PL estadual, o ex-presidente não teve condições de enviar um recado ao restante do país. A sinalização de Bolsonaro ao PL de Pernambuco, orientando a coligar com alguma candidatura ao governo do estado, mostra que Gilson terá que fazer grandes movimentos para tornar sua pré-candidatura ao senado viável.
Embora Gilson Machado esteja sendo um protetor ferrenho da candidatura à presidência de Bolsonaro; defensor de primeira hora diante das acusações que o ex-presidente tem sofrido pela Procuradoria Geral da República e STF; conseguiu eleger seu filho Gilson Filho a vereador do Recife. Gilson precisará de mais representatividade na ala conservadora de Pernambuco, que hoje é dividida com outros nomes fora do seu grupo, como os irmãos Ferreira (rachados dentro do PL), a Família Tércio e a Família Collins (pertencentes ao PP, alinhados com o deputado e propenso pré-candidato ao senado, Eduardo da Fonte).
Além disso, ter alinhado o PL à extrema direita deixa Gilson isolado no campo majoritário. Às vésperas de mudar de partido, a governadora Raquel Lyra (que está de mudança para o PSD) já sinalizou para a centro-esquerda e mostrou o caminho que deseja caminhar em Pernambuco, junto com a base do presidente Lula (PT), a fim de se tornar mais competitiva.
O prefeito João Campos (PSB) também caminha para a centro-esquerda, mantém o diálogo com o PT, mas também não descarta o diálogo com a centro-direita, assim como fez na eleição de 2020, onde precisou de apoio de conservadores para vencer Marília no segundo turno. Tanto João quanto Raquel já entenderam que abraçar apenas um lado é perigoso em uma eleição majoritária. A pergunta que fica é: para qual lado caminhará o PL? Conseguirá se viabilizar majoritariamente para 2026, mesmo que seja para o senado?
Foto: Alan Santos/PR