Um dos maiores críticos literários brasileiros, o caruaruense Álvaro Lins, não deixou de ressaltar a pena camoniana em seus trabalhos. No livro ‘Roteiro Literário de Portugal e do Brasil, volume 1’, escrito em parceria com ninguém menos do que Aurélio Buarque de Hollanda, assim comenta Álvaro Lins, após apresentar uma breve biografia do autor:
“É Camões o maior épico e lírico da língua portuguesa, e um dos maiores do mundo. Também cultivou o gênero dramático”.
Em seu comentário, Álvaro Lins, mesmo sendo uma referência na crítica literária, lança mão de argumentos de autoridades, como uma forma de representar quão gigantesca é a verve do autor de ‘Sôbolos rios que vão’:
“Aubrey Bell considera Os Lusíadas ‘mais nobre poema’ do que o Orlando Furioso, de Ariosto, e mais humano e intenso do que a Jerusalém Libertada, de Tasso. De Camões disse Schlegel que vale por si só uma literatura inteira; e Humboldt chamou-lhe ‘o Homero das línguas vivas’. Como lírico, é comparável a Petrarca”.
Tais exemplos apenas testificam a relevância do poeta. Lembra-nos Mário Ferreira dos Santos que a grandeza de Camões não advém de um cargo, mas da grandeza de sua obra – comparável, na Literatura, à de Pasteur na Ciência e à de Aristóteles na Filosofia.
Todos os anos, em 10 de junho, celebra-se o Dia da Língua Portuguesa como uma recordação da data da morte do autor de Os Lusíadas – diga-se de passagem, que ocorreu “em pura pobreza”, como pontua Diogo de Couto. Sua riqueza literária, contudo, está presente para além da efeméride. O ícone classicista é destaque em toda a literatura de língua portuguesa.
Jénerson Alves