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O novo perfil de pacientes graves por Covid-19

Há mais de um ano que se fala sobre a importância de preservar ao máximo pessoas idosas e com comorbidades, do contágio por Coronavírus. Por clinicamente se observar a gravidade que esses perfis apresentam ao se contaminarem.

Desde que as novas variantes se disseminaram pelo país, foi identificada uma drástica mudança nos internamentos em Unidades de Terapias Intensivas no Brasil. O público adulto/jovem tem lotado os hospitais e se apresentado como um grupo que passa mais tempo internado, o que preocupa bastante devido a alta demanda que necessita desse tipo de cuidado e os poucos leitos existentes.

A pandemia retornou com características clinicas diferentes da primeira onda. Na primeira onda, tínhamos percentual de mais de 80% de idosos e portadores de doenças crônicas. O que temos visto hoje são pacientes mais jovens, 60% deles de 30 a 50 anos, muitos dos quais sem qualquer doença prévia.

Por serem jovens, e estarem acostumados com a ideia de gravidade somente em idosos e pessoas com comorbidades, terminam cumprindo menos as regras sanitárias e se contaminando mais fácil. Um aspecto importante a ser destacado é que esse público chega em geral nos serviços de saúde com o quadro bem avançado, pois a oxigenação diminui sem que seja percebida, somente quando se coloca o oxímetro, ao mediar a saturação de oxigênio que se identifica como está baixa a oxigenação sanguínea e o quanto que o pulmão já se encontra comprometido.

Embora clinicamente tenhamos claramente essa mudança de perfil, não temos dados que tragam clareza sobre a razão disso. Talvez ocorra por diversas causas, como um maior contágio em todo o país, a vida ativa desse grupo e as novas variantes.

O quadro é completado e agravado por um sistema de saúde em colapso, que não dá conta de atender com a rapidez necessária para prevenir que o estado de saúde dos pacientes se agrave – por exemplo, muitos passam dias em enfermarias lotadas até conseguirem uma vaga de UTI. A ideia de solução com diversos tratamentos sem comprovação, também foram um agravante para essa situação. A sensação de estar imune com medicações sem eficácia já comprovadas também contribuiu para isso. Inclusive, é provável que tenhamos em um futuro bem próximo, um novo perfil de adoecimento por conta desse uso inadequado… mais isso seria tema para uma outra coluna!

Essa foi a nossa Coluna de Saúde de hoje.
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