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O legado de Mestre Camarão na música brasileira

Em 2021, faz seis anos da saudade deixada pelo Mestre Camarão, falecido no dia 21 de abril de 2015. Grande representante da sanfona e do forró, ele deixou um legado marcante para a identidade cultural pernambucana e brasileira.

Sua própria data de nascimento faz jus ao destino de forrozeiro. Afinal, ele nasceu na véspera de São João, no dia 23 de junho de 1940, na Fazenda Velha, no município do Brejo da Madre de Deus (PE), sob nome de batismo Reginaldo Alves Ferreira.

Os primeiros passos dele na música foram dados na infância, ao tocar escondido com a sanfona do pai. Depois, na década de 1960, ele começaria a trajetória artística profissional, com o ingresso na Rádio Difusora de Caruaru.

Foi por esse período que Camarão criou o Trio Nortista, o primeiro conjunto musical dele, com Jacinto Silva e Ivanildo Leite. Ainda em 1961, representou Pernambuco junto com o Mestre Vitalino no primeiro aniversário de Brasília, a convite do presidente da República, Jânio Quadros. Já em 1962, foi contratado pela gravadora Mocambo, pela qual estreou com o disco de 78 RPM Arrasta-pé no Jucá.

CAMARÃO

Sua alcunha singular surgiu quando começou a se apresentar na Rádio Difusora. Em uma de suas tocadas na emissora, chegou atrasado e teria ficado todo vermelho. Foi nesse momento que Jacinto Silva, que apresentava um programa na rádio, disse: “Pronto, chegou o Camarão!”. Foi a partir daí que o apelido começou a se espalhar.

Camarão manteve uma trajetória de contatos com grandes nomes da música brasileira, como Sivuca, Hermeto Pascoal e Luiz Gonzaga. Aliás, o Rei do Baião cultivou uma grande amizade com o mestre, de onde surgiram trabalhos em conjunto, entre long plays, compactos, 78 rotações e CDs.

PIONEIRO DO FORRÓ

Camarão é apontado como criador da primeira banda de forró do país, a Bandinha do Camarão, em 1968. Também foi o maestro quem introduziu sopros (tuba, clarinete, trombone e piston) em banda de forró.

Além disso, ele criou a Orquestra Sanfônica de Caruaru, voltada tanto para os mais variados ritmos juninos, quanto para o frevo e maracatu. Autodidata, Camarão era professor e formou mais de 150 sanfoneiros, como Cezzinha e Targino Gondim.

MESTRE SANFONEIRO

Foi considerado Patrimônio Vivo até 2015, quando faleceu. Toda a importância de suas criações para a música brasileira, sobretudo no forró, fez com que o selo alemão Analog Africa se interessasse pela obra do artista para a coletânea The imaginary soundtrack to a Brazilian western movie, lançada em 2018.

Do Brasil à Europa, Mestre Camarão construiu um legado que deixa saudades na música popular brasileira. Nesse contexto, a obra dele continua sendo estudada, servindo de inspiração para toda uma geração de sanfoneiros que levam adiante seus passos através dos acordes da sanfona.

Para conhecer mais da história dele, segue um episódio do documentário Milagres de Santa Luzia, que apresenta um mergulho na lenda do mestre:

DROPS DE CULTURA

Poesia na tela

De 21 a 23 de abril, a 6ª Mostra de Cinema Poesia na Tela exibirá em formato on-line 33 trabalhos, entre longas, curtas e médias metragens. A produções estão disponíveis no site poesianatela.com.br e retratam histórias que tenham ligação com a poesia; que documentam vida de poetisas e poetas; ou são inspirados em poesia das pessoas do Sertão do Pajeú.

Mapeamento do Audiovisual

Para fortalecer a cadeia produtiva do audiovisual pernambucano, idealizadores de eventos criaram o Coletivo de Mostras e Festivais do Audiovisual do Interior de Pernambuco (Comfaipe). Em sua primeira ação, o grupo está levantando um mapeamento de profissionais da área no estado, que estará disponível em um banco de dados on-line, com informações sobre profissionais e empresas audiovisuais pernambucanas. O catálogo pode ser acessado neste link.

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