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“Não queremos o inclusivismo”, diz Milton Ribeiro sobre crianças com deficiência nas escolas

Esta é a terceira vez em apenas duas semanas que ministro defende “classes especiais” para crianças com deficiência; STF discute o assunto em audiência pública

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu, mais uma vez, que algumas crianças com deficiência estudem em salas de aulas separadas do restante dos estudantes. “Nós não queremos o inclusivismo, criticam essa minha terminologia, mas é essa mesmo que eu continuo a usar”, afirmou em entrevista a rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (23/8).

De acordo com o ministro, cerca de 12% das crianças com deficiência não teriam condições de estudar junto com outros alunos sem deficiência. Entre eles, estariam cegos, surdos e alguns graus de autismo. “Dentro desses 12% temos algumas crianças que têm problemas de visão, elas não podem estar na mesma classe. Imagina uma professora de geografia: “aqui é o rio Amazonas” para uma criança que tem deficiência visual, são elas também. Tem outras que são surdas, por exemplo, tem uma gama de crianças, tem alguns graus de autismo e tem um grupo que a gente esquece que são os superdotados, que também estão nesse grupo, que precisam de uma atenção especial”, afirmou.

Esta é a terceira fala do ministro sobre o assunto em menos de duas semanas. Na última quinta-feira (19/8), Milton Ribeiro disse que há crianças com “grau de deficiência que é impossível a convivência” e na terça-feira (17/8), ele disse que alunos com deficiência “atrapalham” o ensino dos demais estudantes.

Esta última declaração foi dada no mesmo dia que começou uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) para debater um decreto do presidente Jair Bolsonaro que separa as crianças com deficiência em classes especiais. O decreto foi suspenso por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e agora o STF irá julgar o mérito do caso. 

Até esta terça-feira, o STF irá ouvir cerca de 60 entidades sobre o assunto. Desde 2008, o Brasil passou a adotar a política de inclusão escolar e hoje cerca de 92% desses estudantes estão em salas de aulas regulares.

Fonte: Correio Braziliense

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