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Não combinaram com ela

Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (União), Danilo (PSB) e Anderson Ferreira (PL) seguem construindo os palanques de apoio, filiando nomes para dar sustentação às suas pré-candidaturas. O que chama atenção em todas essas frentes que se levantam, é a indefinição dos nomes para disputar o Senado Federal.

Muita gente não sabe, mas a vaga para o Senado é uma disputa majoritária, nesse contexto, os nomes que forem para a disputa devem ter cacife para arrastar a massa. Nomes como Eduardo da Fonte (PP), Silvio Costa Filho (Republicanos), Carlos Veras (PT), André de Paula (PSD), Gilson Machado (PL), ainda não foram testados em uma eleição majoritária, o que não descredencia nenhum nome para o pleito.

Mas como em política não pode existir ponta solta, após as definições dos quadros que vão disputar o governo do Estado, um nome está sendo tratado a pão de ló pela classe política pernambucana. Marília Arraes.

Atualmente no PT, Marília carrega consigo um espólio eleitoral comprovado em pesquisas e testado nas últimas eleições, tanto proporcional (2018 para deputada federal) e majoritária (candidata a prefeita do Recife, indo ao 2º turno com João Campos).

O PT Pernambuco, até então, não dá espaço para ela crescer mais do que o senador Humberto Costa no estado. O PSB carrega consigo o embate acalorado da campanha de 2020 e os traumas causados pela disputa. Anderson Ferreira fez um gesto nobre de apoio a ela no segundo turno, saindo da sua zona de voto eleitoral, sabendo que neste ano esse histórico de aceno pudesse ser um gesto, mas que esbarrou na aliança com Bolsonaro condicionando a vaga do senado a Gilson Machado. Lembro que durante a live realizada em 2021 pelo colunista Felipe Ferreira Lima com Marília, a deputada já acenava para Raquel Lyra.

Nos últimos dias, com a abertura da janela partidária, o difícil consenso das federações, e início dos momentos de definição política, os indícios de saída de Marília do PT, e o anseio de Raquel em tê-la compondo a vaga do senado em sua chapa, colocam em cheque as projeções antecipadas dos atores das eleições 2022. Como diria o velho ditado: “Não combinaram com os russos”, neste caso, deixaram Marília de fora. Combinaram frentes de trabalho e esqueceram ou deixaram adormecida a força adquirida por Marília ao longo de sua trajetória.

Agora, como ponta solta do processo político em Pernambuco, Marília pode ser o fiel da balança e alterar a expectativa de poder em Pernambuco, se disputar a vaga do senado, Marília enche o palanque de qualquer pré-candidato ao governo. Se disputar o governo de Pernambuco, a eleição pode ganhar o mesmo desenho da eleição de Recife em 2020, protegendo o voto da esquerda e levando para o segundo turno atores de esquerda.

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