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Mulheres e Liberdade: Reflexões sobre Espaços, Escolhas e Igualdade.

Iniciar um novo desafio, a quem sempre foi muito afeita a leituras e escrita, talvez nem fosse um grande obstáculo a ser superado, mas como tudo que se faz pela primeira vez: dá um friozinho na barriga a responsabilidade de trazer conteúdos que despertem a vontade de conhecer, dialogar e explorar mais sobre os temas abordados.

Confiada a mim uma coluna para Mulheres, não que queira me comunicar apenas para Elas, mas sim para todos e todas que desejem se sentir contemplados com as reflexões que essa causa representa, recebi o convite com muito carinho e farei essas escritas com muita dedicação.

O papel da mulher na sociedade vem sendo colocado em caixinhas diminutas e específicas por toda a história da humanidade, sendo consideradas como cidadãs de segunda categoria e muitas vezes apenas com a delegação do cuidado. Mas aqui, reflitamos, de todo o cuidar desta sociedade, mas isso sem que seja perguntado a elas o que elas realmente almejam. E nós queremos mais, queremos e lutamos por liberdade. O poder está na escolha, no livre arbítrio do seu destino e isto pesa muito mais quando se colocam os véus da raça e do gênero, dentre outros.

Mas afinal, onde as mulheres querem estar? Esse questionamento permeia as lutas e batalhas travadas ao longo dos séculos. E quem pensa que esse diálogo não tem nada a ver com você que está lendo, está muito enganado: essa disputa reflete em toda a nossa estrutura enquanto sociedade. Podemos elencar como exemplo, visualizando em nosso dia a dia, quando a mulher sai para o mercado de trabalho, o papel do cuidado em sua maioria é delegado a outra mulher ou ainda é cumulado para um terceiro turno no lar. E assim se perpetua uma cultura onde os obstáculos para alcançar êxito profissional e pessoal são bem maiores para Elas.

Esse é apenas um dos recortes das diversas faces da realidade da vida da Mulher. Afinal, como se escuta muito dentro dos espaços onde as mulheres lutam por essa liberdade: “lugar de mulher é onde ela quiser”, mas o que nós estamos fazendo para isso? Qual contribuição podemos fazer dentro do nosso meio? Dialogar sobre o tema já abre espaço para que as colunas dos pilares sociais se movimentem, abrir oportunidades para que mais mulheres acessem o mercado de trabalho, se qualifiquem, oportunizar mulheres em espaços de poder e decisão, fortalecer a participação feminina nas lideranças, dar as mãos, oferecer acolhimento. Essas e outras diversas atitudes contribuem para diminuir o espaço ainda gigantesco entre as mulheres e a liberdade.

Hoje nós temos algumas primeiras mulheres a realizar certos feitos: primeira mulher a ser reitora, governadora, diretora, prefeita, senadora, CEO’s. As primeiras são sim importantíssimas e tudo o que elas representam principalmente como inspiração para que outras mulheres acreditem que também podem alcançar o espaço por tanto tempo negado a muitas. Mas, ainda mais importante é que Elas abram as portas para as próximas, e que esse número seja realmente representativo, nas mesas de discussão, nos lugares onde há tomada de decisões, afinal, se somos mais da metade da sociedade, deveríamos ser também em igual número encontradas ocupando essas funções. Não é uma busca por tirar o lugar de um ou outro homem, nunca foi, mas é de que haja um vislumbre de igualdade nessa representação, ou pelo menos tenhamos algo próximo dessa realidade.

Ainda existem muitos desafios e reconstruções de padrões que necessitam de atenção, são passos nessa caminhada. E contribuir nesse diálogo é uma das missões que escolhi pra viver, dividir essa tarefa com cada pessoa que cruza o meu caminho e adquirir mais aliados nesse caminhar é parte daquilo que faz valer a pena essa escolha. Ouvir e debater com respeito e acolhimento. Por mais liberdade para as mulheres!

Por Luana Marabuco
Advogada; Pós-Graduada em Direito Público e Gestão de Pessoas; e Secretária da Mulher de Caruaru-PE.

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