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Mortalidade Materna: porque não conseguimos superar?

A redução da mortalidade materna no Brasil é ainda um desafio para os serviços de saúde e para a sociedade como um todo. As altas taxas encontradas se configuram um grave problema de saúde pública, atingindo desigualmente as regiões brasileiras, com maior prevalência entre mulheres das classes sociais com menor ingresso e acesso aos bens sociais. É configurada como uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por ser uma tragédia evitável em mais de 90% dos casos.

 Síndromes Hipertensivas lideram entre as principais causas e em maioria, poderiam ter sido evitadas ou melhor conduzidas, se estas tivessem sido identificadas em tempo oportuno. Os números atuais revelam índices alarmantes, quando comparados a outros países. A morte de uma mulher grávida, no parto ou no puerpério, indica falha nas diretrizes políticas, nos profissionais de saúde e, por conseguinte, na sociedade como um todo.

Outras causas como: hemorragias graves, infecções e complicações no parto são recorrentes e necessitam de intervenções, com a aplicabilidade de uma Diretriz Nacional de Assistência ao parto concreta e eficiente. Já houveram muitos avanços no cuidado integral à saúde da mulher, mas nenhum capaz de sanar/amenizar esse grave problema.

As mulheres pobres em áreas remotas são as menos propensas a receberem cuidados de saúde adequados. Isso é notadamente identificado em regiões com baixo número de profissionais de saúde qualificados e estruturas apropriadas para prestar a assistência. Em países de alta renda, praticamente todas as mulheres realizam pelo menos quatro consultas de pré-natal, são atendidas por um profissional de saúde qualificado durante o parto e recebem atendimento após o parto.

No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza que no mínimo 6 consultas de pré-natal sejam garantidas a gestante. Mas a realidade de muitas localidades, é que o acesso a esse atendimento é muito precário, por diversos fatores como: pobreza extrema, falta de informação, distância, serviços inadequados, práticas culturais, entre outros.

É preciso que os gestores se sensibilizem e unam esforços para combater a Mortalidade Materna. Quando uma gestante/parturiente/puérpera vem a óbito, costumamos falar que uma grande tragédia ocorreu! E em maioria, poderia ter sido evitada.

Essa foi a Coluna de Saúde de hoje. Me acompanhe no Instagram @nayara_gsousa.

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