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Idosos são 64% dos pacientes internados em leitos de UTI em Pernambuco

Em 15 dias, Governo do Estado abriu 378 novas vagas para casos respiratórios, sendo 150 de UTI

Nas últimas três semanas, a positividade geral dos casos de Covid-19 em Pernambuco tem oscilado entre 2% e 4%. Por outro lado, a positividade de influenza está em 58%. Esse aumento da circulação da influenza tem impactado diretamente nas solicitações por leitos e no adoecimento da população, principalmente os idosos. Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (06/01), o secretário estadual de Saúde, André Longo, apresentou os dados epidemiológicos mais recentes sobre as síndromes respiratórias e informou que, pela terceira semana consecutiva, houve crescimento nos indicadores dessas doenças no Estado.

“Na última semana epidemiológica de 2021, tivemos uma aceleração epidêmica muito forte. Uma aceleração que, em 15 dias, dobrou o registro de casos de Srag e triplicou as solicitações de leitos. A situação provocada pela influenza na última semana já é pior que a 1ª onda da Covid-19, em 2020”, afirmou o secretário. Ao todo, foram 939 notificações de casos de Srag na última semana epidemiológica de 2021 – crescimento de 59% em uma semana e de 156% em 15 dias. Já na Central de Regulação, foram 797 solicitações por leitos de UTI, um aumento de 80% em comparação à SE 51 e de 204% em 15 dias.

“É importante destacar que este cenário de forte aceleração epidêmica está relacionado ao fato de termos baixado a guarda. No final do ano e nestes primeiros dias de 2022, estamos vendo as pessoas, principalmente os mais jovens, se expondo muito mais. E o mais grave: sem a proteção mínima. E, ao adotarem esta atitude de contaminação, acabam levando a doença para dentro de suas casas e contaminam entes queridos, pessoas que são muitas vezes mais suscetíveis ao agravamento”, frisou o gestor.

De acordo com os dados de internação, no momento, 64% dos leitos para casos respiratórios na rede pública, (seja de UTI, seja de enfermaria) estão ocupados com pacientes com mais de 60 anos. Para se ter uma ideia, 67% dos casos de Srag por influenza estão nessa faixa etária, assim como 60% dos óbitos. Por outro lado, quando se analisam os casos totais por influenza A (H3N2), entre leves e graves, mais de 65% são na população entre 20 e 49 anos.

“Os idosos são pessoas que já tinham alguma proteção contra a covid-19, embora alguns ainda estejam precisando tomar a dose de reforço, mas que foram expostas à influenza. Esta epidemia de influenza em meio à pandemia da Covid-19 reforça o cuidado com os idosos, com as pessoas com comorbidades e as crianças. A atitude de cada um de nós é determinante para o controle destas duas doenças. Os descuidos, especialmente no Natal e festas de virada de ano, já estão cobrando seu preço”, destacou Longo.

LEITOS – O Governo de Pernambuco tem atuado fortemente para atender à demanda causada por esse aumento nos indicadores das doenças respiratórias. Já são mais de 1,7 mil leitos abertos, sendo 857 vagas de UTI. “Pernambuco conta com a maior rede para casos de Srag entre os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em apenas 15 dias, nós abrimos 378 leitos para casos de Srag, sendo 150 de UTI, o que equivale a uma média de dez por dia. Isto significa que, em 15 dias, mais que um novo hospital alfa, que tem 300 leitos, foi aberto em Pernambuco para garantir a assistência à população”, pontuou Longo.Para alinhar com os municípios pernambucanos as principais ações já desenvolvidas e articular as demais necessidades, o governador Paulo Câmara vai se reunir, já nesta sexta-feira (07/01), com as gestões municipais. “Discutiremos as principais demandas das cidades e reforçaremos a necessidade das prefeituras atualizarem seus planos de contingência”, explicou o secretário André Longo.

VACINA E TESTAGEM – O secretário estadual de Saúde também reforçou, ao longo da coletiva de imprensa realizada nessa quinta, a importância da vacinação e da testagem contra a Covid-19 para o enfrentamento da pandemia. “Precisamos sempre reforçar a necessidade da vacinação contra a Covid-19, especialmente a dose de reforço. Este aumento nos casos de influenza só nos revela e ratifica a importância da imunização. Apesar de estarmos falando menos dela, a Covid-19 ainda é uma grave ameaça, principalmente com o risco de introdução da variante Ômicron. E a forma mais eficaz e segura de se proteger é com a vacina”, disse.Para os casos suspeitos e confirmados, Longo destacou a testagem e o isolamento domiciliar. “Se tiver qualquer sintoma gripal, mesmo que leve, ou tiver tido contato com alguém com estes sintomas, procure se testar e, independente do resultado do exame, faça o autoisolamento até o desaparecimento dos sintomas”, pontuou.A Secretaria Estadual de Saúde reforça, ainda, a importância dos cuidados essenciais: uso correto de máscara, cobrindo boca e nariz; higienização das mãos com água e sabão (ou álcool gel) e evitar as aglomerações, especialmente em ambientes fechados.

DADOS DE INFLUENZA – Desde 2021, até a última terça-feira (04/01), foram registrados 6.392 casos de influenza A em Pernambuco, com 38 óbitos. Apenas nesta nova rodada de análises feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) foram obtidas 1.139 amostras laboratoriais positivas, sendo 8 novos óbitos.Dos 6.392 casos, 6.327 são de influenza A (H3N2) e 65 influenza A não subtipada. Do total de registros, até o momento, 516 (8,1%) apresentaram Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).Ao todo, 38 óbitos, sendo 15 masculinos e 23 femininos, foram confirmados para a influenza A (H3N2). Os pacientes eram residentes do Recife (23), Palmares (3), Ipojuca (2), Jaboatão dos Guararapes (2), São Lourenço da Mata (2), Escada (1), Goiana (1), Olinda (1), Sirinhaém (1), Timbaúba (1) e Tracunhaém (1).As idades dos pacientes variam entre 1 e 92 anos. As faixas etárias são: 1 a 9 (1), 10 a 19 (1), 20 a 29 (1), 30 a 39 (4), 40 a 49 (2), 50 a 59 (6) e 60 e mais (23). Os pacientes apresentavam comorbidades e possuíam fatores de risco para complicação por influenza, como diabetes, doença cardiovascular, doença renal crônica, cardiovasculopatias, hipertensão arterial e sobrepeso.

COINFECÇÃO – Do total de casos de influenza A (H3N2), 31 positivaram tanto para esse vírus quanto para o da Covid-19, sem nenhum óbito ocorrido. Desse total, apenas um caso de coinfecção evoluiu para um quadro de síndrome respiratória aguda grave (Srag). Trata-se de um homem de 77 anos, do município de Vitória de Santo Antão, que teve o início dos sintomas na segunda quinzena de dezembro de 2021.Os casos de coinfecção, 17 em pessoas do sexo masculino e 14 do feminino, são dos municípios de Abreu e Lima (1), Caruaru (4), Cupira (1), Igarassu (1), Jaboatão dos Guararapes (4), Paulista (1), Recife (16), Salgueiro (2) e Vitória de Santo Antão (1). As faixas etárias são: 0 a 9 (1), 10 a 19 (2), 20 a 29 (8), 30 a 39 (9), 40 a 49 (3), 50 a 59 (3) e 60 e mais (5).”Apesar de terem criado agora até um nome para a coinfecção de Covid e influenza, nós sabemos que isto não é algo novo. Os primeiros registros se deram com a introdução da própria Covid-19 ainda em 2020, com notificação de casos em diversos lugares. Como ficamos por um longo tempo sem nenhuma circulação do vírus da influenza, isto ficou até esquecido, mas agora, com esta forte aceleração da contaminação, estamos vendo novos casos. Não há indício, porém, que a coinfecção aumente a gravidade dos casos, porque, ao contrário do que se faz sugerir por vezes, não há um duplo efeito”, disse o secretário André Longo.

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