O governo de Pernambuco formalizou nesta quinta-feira (10) a adesão à Declaração de Edimburgo. Trata-se do primeiro Estado da América Latina a formalizar o compromisso, que tem lastro na promoção de crescimento econômico aliado a práticas de proteção e melhoria da biodiversidade no mundo. O anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) para a América do Sul, Geraldo Julio, durante encontro virtual da instituição para debater o fortalecimento do papel dos governos locais na agenda brasileira em relação ao Marco da Biodiversidade.
Ao formalizar a adesão de Pernambuco, Geraldo Julio ressaltou que espera que o pionerismo de Estado seja exemplo para mais adesões de governos locais e de países da América Latina a esse compromisso. “A América Latina precisa reforçar o seu protagonismo nas discussões sobre mudanças climáticas e fortalecer a nossa voz em debates mundiais, como é o caso da COP-15 (Convenção da Diversidade Biológica da ONU), que ocorre em outubro na China. A conferência vai reunir todo o mundo para definir a agenda da década e a nossa região precisa ter uma voz única e forte. E esse caminho até a COP-15 é a grande oportunidade para mobilizar os governos locais”, destacou Geraldo, que também é enviado especial do ICLEI na América Latina.
Em números, Geraldo Julio reforçou a relevância da América Latina em relação ao tema. “A América Latina é uma região de condições diferentes de qualquer outra do mundo quando a gente trata de biodiversidade. A gente tem seis dos 17 países megadiversos que existem no mundo e temos 16% do território global, mas que representa 40% da biodiversidade do planeta. Temos também 30% da água doce do mundo e 50% das florestas tropicais. Então a América Latina precisa e deve criar uma mensagem sólida para a conferência mundial em outubro. E isso vale para qualquer debate internacional sobre biodiversidade”, reiterou.
Geraldo Julio também utilizou a sua participação para descredenciar a dicotomia que ainda existe sobre o olhar entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade. “Não se pode pensar mais em crescimento econômico, em consumo e nos meios de produção sem pensar na biodiversidade. Aliás, quem ainda estiver apostando em atividades sem compromisso ambiental está no passado ou caminhando para isso. Unir esses conceitos é um compromisso para ontem. A nova economia não permite mais essa separação. Eu, como secretário de Desenvolvimento Econômico e representante do ICLEI para a América Latina, sou um exemplo claro que esse movimento é real, possível e que essa dicotomia é ultrapassada”, pontuou.
Foto: Andréa Rêgo Barros
