O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) pediu explicações ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, sobre a rescisão parcial do contrato de concessão da ferrovia Transnordestina, excluindo o ramal até o Porto de Suape. Com essa decisão do governo federal, o trecho de 300 quilômetros entre Custódia e Suape seria feito pela iniciativa privada pelo regime de autorização.
Durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado com a presença do ministro, Fernando Bezerra criticou a lentidão da obra. “A Transnordestina tem 15 anos de concessão e até agora não se materializou na sua plenitude. No início do governo do presidente Bolsonaro, eu defendi a rescisão do contrato de concessão. Essa obra não pode ser tocada a passos de tartaruga. Agora, houve uma decisão e, inicialmente, se disse que o terminal de Suape ficaria de fora da Transnordestina por uma decisão do governo federal. Como se o governo estivesse prestigiando Pecém em detrimento de Suape”, disse o senador.
Fernando Bezerra cobrou uma solução e defendeu que o novo investidor tenha o direito de passagem garantido para poder transportar o minério de ferro do Piauí até o terminal privado em que será transformado a Ilha de Cocaia no Porto de Suape. “Isso pode demandar tempo. Quanto tempo levará para rescindir esse contrato? Quanto tempo levará para iniciar os estudos de uma nova autorização? A gente não pode assistir a um ramal ficar pronto e o outro ao deus-dará.”
Segundo o ministro Tarcísio de Freitas, diante da inviabilidade de se construir o trecho ferroviário até Suape pelo contrato de concessão da Transnordestina, o governo federal vai assumir a responsabilidade pela obra. “Temos trabalhado para fazer um termo aditivo, e a ideia é que a gente deixe com a concessionária a perna da ferrovia no Ceará e toma de volta a perna de Pernambuco, que passa a ser de responsabilidade nossa. Nós vamos dar uma solução, e Pernambuco será atendido. Já estamos trabalhando para ter um terminal privado, e acredito que temos instrumentos para isso.”