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Fabiana Oliveira: Uma Voz Potente e Incansável da Inclusão Social

A nossa coluna de Inclusão de hoje se veste de luto e prestará homenagem a essa grande amiga, militante e guerreira da causa Autista. Lamentavelmente, neste sábado, 31 de julho, faleceu vítima da COVID-19, Fabiana Oliveira, Fabi ou Bia como era carinhosamente conhecida.

Uma mulher, militante por inclusão social, mãe, parceira de luta e amiga de todas as horas, com quem aprendi tudo sobre o universo do Autismo, quem me introduziu e me mostrou a importância de lutar por políticas públicas para pessoas com deficiência.

Ela tinha apenas 36 anos, bem vividos, cheios de garra, de luta e de inúmeras conquistas, vitórias que respingaram em inúmeras famílias pelas que ela lutou incansavelmente. Militante da pauta Autista, fundou o Grupo Anjo Azul (que inicialmente seria um grupo de whatsapp) começando com um grupo pequeno de mães e pais que lutavam para garantir os direitos dos seus filhos, através de ações, eventos, palestras e participação ativa em audiências públicas. Com garra e persistência, sob o comando da nossa “presidente Fabi”, conseguimos que inúmeras crianças e adolescentes tenham seus direitos respeitados e cumpridos.

Essa mulher deixa um legado enorme, que só nos inspira a continuar projetando dias melhores para a Inclusão de pessoas com deficiência. Ela costumava falar em rádio, televisão, na praça, numa roda de amigos que “precisamos falar de Autismo 365 dias ao ano” e isso ecoa na minha cabeça desde que a conheci.

Ela esteve sempre a frente e o Grupo Anjo Azul que deixou de ser um grupo de whatsapp para hoje ser o INSTITUTO ATIPICAMENTE, um sonho antigo, que conseguiu realizar e que, se depender de mim, continuará com o belíssimo trabalho de acolhimento e apoio de mais de 250 pessoas que compartilharam suas vivências, dificuldade, logros e vitórias, e que choraram com a sua partida. Você marcou minha vida e terá sempre um lugar especial no meu coração. Continuarei lembrando as nossas risadas, nossas conversas e cada aventura que vivemos juntas.

Perante uma tragédia como esta, fica apenas a perplexidade de perceber que a vida é mesmo um sopro. Você partiu de forma inesperada e com a notícia meu coração ficou dilacerado, ainda se negando a acreditar. Você era um ser humano maravilhoso.

Não é apenas o mundo e a causa que ficam mais pobres com sua partida, mas também a vida de todos os que conviviam contigo. A revolta perante a injustiça de ver partir alguém com tanta vida ainda para ser vivida é tremenda, 557 mil vidas como a sua se perderam por negligência e falta de empatia. Isso dói. Mas saiba que teu legado, parceira, não será esquecido e nem abandonado! Iremos lutar com a garra, perseverança e coragem que tu tinha! E levaremos teu nome em toda ação, evento, manifestação e movimento em prol de toda e qualquer deficiência, como você sempre nos ensinou e inspirou.

Até sempre, bixa.

Com amor, Lorena.
Paraguaia, Acadêmica de Direito, Membra colaboradora da Comissão de Direitos dos Refugiados da OAB/PE, Membra do Comitê Interinstitucional de Proteção aos Direitos da Pessoa em Condição de Migração, Refugio e Apátrida de PE – COMIGRAR.

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