“A empresa que eu trabalhava fechou, e agora? Era a única coisa que eu sabia fazer, atender cliente e servir mesa”, disse J.A.M (sigla do nome), ele que era garçom de um restaurante que fechou as portas em Caruaru no último mês.
Essa declaração nos traz alguns aspectos para analisar: O lado do trabalhador que precisará se reinventar para aprender novas habilidades em uma nova profissão e o lado do empregador que tantos impostos paga e que mão conseguiu manter as portas abertas durante o abre e fecha de pandemia. E é o que afirma o empresário Alexandre, precisou se informatizar, ter um cardápio virtual e cadastrar seu restaurante em plataformas delivery para atender às novas demandas durante a pandemia. “Não dava para continuar contando apenas com os horários, muitas vezes restritos, de funcionamento do restaurante, criamos novos pratos e promoções para atrair o cliente para os pedidos pela internet”, conta.
Segundo dados informados pela Federação do Comércio de Pernambuco, mais de 2300 lojas comerciais não conseguiram resistir à pandemia da Covid-19 e tiveram de fechar as portas, no último ano. Cada estabelecimento fechado representa a interrupção da cadeia produtiva com menos postos de trabalho podendo também proporcionar o que chamamos de efeito dominó na economia: José perde o seu emprego, deixa de comprar à Maria, que deixa de pagar o aluguel em dia, o proprietário que atrasa a escola e a escola que não consegue pagar ao professor, e por aí vai.
É uma crise que afeta a saúde, ocupando leitos e desocupando estabelecimentos e trazendo vazios na alma. Não dá para falar em saúde sem falar em economia. É dicotômica a decisão, afeta um lado e afeta o outro. Sabemos que existe um remédio e que ele tem 2 doses. O cenário só será possível mudar quando a população estiver vacinada em massa (falamos sobre isso semana passada).
Vacina para todos, já! Esse é nosso pedido.
Abraço grande, até semana que vem!
Samara Sarmento
Mestre em Economia pela UFPE, Bacharel em Administração, com especialização em Gestão de Marketing. Docente do IFPE, atuando nas áreas de Gestão, Negócios, Finanças e Economia Local.
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