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Disputa interna no PSDB pode levar governador do RS, Eduardo Leite, a ser pré-candidato à Presidência da República.

Em almoço com 10 deputados e 1 senador do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ouviu apelos para que desse início a uma campanha para nacionalizar o seu nome. A movimentação, que já ocorre há aproximadamente 1 mês, ganhou corpo após atritos entre João Doria (PSDB), governador de São Paulo, e parte da bancada de congressistas do partido.

Deputados que participaram da reunião dizem que o convite deve ser aceito. Mas de forma cautelosa. A ideia é começar por viagens na região Nordeste. O senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), que estava no encontro, ficaria responsável por organizar parte da agenda futura.

Os congressistas, segundo os relatos, teriam achado que tanto os resultados obtidos pelo tucano à frente do Estado quanto a sua capacidade de mobilizar as suas bases no último período eleitoral garantiram o apoio dos deputados a ele.

O encontro é uma resposta à articulação de João Doria para assumir a presidência do partido e, dessa forma, garantir seu nome como candidato à sucessão de Jair Bolsonaro. Ao lançar o nome, o caminho fica mais árduo.

No encontro com Leite, não havia deputados da bancada paulista do PSDB, alinhada a Doria. Além dos conflitos recentes, que envolveram uma nova tentativa de afastar Aécio Neves do PSDB, os deputados dizem que Doria não teria obtido um resultado satisfatório como puxador de votos nas eleições municipais do ano passado. Nem em São Paulo.

BRIGAS INTERNAS

Doria trava um duelo interno no PSDB com o grupo político de Aécio Neves (MG). Para aliados de Doria, o mineiro teria sido o líder da dissidência na bancada federal da sigla que levou votos tucanos para Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara. Doria apoiava Baleia Rossi (MDB-SP).

Dessa forma, o grupo de Doria voltou a articular a expulsão de Aécio do PSDB. Na 3ª, o deputado Rodrigo de Castro (MG), líder do partido na Câmara, escreveu uma nota em apoio ao mineiro. “Seu afastamento do PSDB já foi objeto de deliberação da Executiva Nacional e, assim, essa discussão não é sequer cogitada no âmbito da bancada federal”, destacou, lembrando que em agosto de 2019 um processo de expulsão foi derrotado no partido.

Em nota dura, publicada na sequência, Aécio sugeriu que Doria tinha “arroubos autoritários”. “O PSDB tem uma longa tradição democrática, construída muito antes de sua chegada ao partido, e que não será sufocada por arroubos autoritários de quem quer que seja”, escreveu.

Doria, por sua vez, também publicou uma nota em resposta, na qual insinua que Aécio teria trocado apoio a Lira por “benesses”. “O deputado Aécio Neves precisa entender que o novo PSDB não pode se subordinar a projetos pessoais, que se perderam pela conduta inapropriada em relação à ética pública”, escreveu. “E tampouco pode ser vilipendiado por benesses públicas que subjuguem um projeto maior para o Brasil”, prosseguiu.

“É triste ter que assistir, dia após dia, à miopia política do Governador de SP”, disse Aécio em tréplica publicada nesta 4ª (10.fev). “A obsessão do Sr João Doria em reafirmar, diariamente, que é oposição ao Presidente Bolsonaro talvez seja um esforço inconsciente (ou não) para tentar apagar da sua memória, e da memória dos brasileiros, a sua mudança de nome nas últimas eleições, de João Doria para Bolsodoria. Nós não precisamos disso”, concluiu.

Fonte: Poder360
Foto: Istoé

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