Membro da Executiva e tesoureiro geral da União Nacional de Legisladores e Legislativos (Unale), o deputado estadual Diogo Moraes (PSB) se reuniu, nesta segunda-feira (20), com a atual presidente da entidade, Ivana Bastos (BA), e o futuro dirigente, deputado Lídio Lopes (MS), para solicitar a criação de uma Frente Parlamentar Nacional em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções. O objetivo do colegiado é fortalecer a defesa em prol desses setores, que poderão ser atingidos com o acordo comercial que está sendo desenhado entre Brasil e países asiáticos.
“Dando continuidade às articulações para proteger o nosso Polo de Confecções do Agreste do acordo comercial que está se desenhando com países asiáticos, hoje solicitei à Unale a criação de uma Frente Parlamentar Nacional. Na semana passada, também pela Unale, nos reunimos com o Secretário do Comércio Exterior, Lucas Ferraz, para discutir esse assunto e na última quinta-feira, participamos de audiência pública na Assembleia Legislativa, onde falamos sobre a criação da Frente. Como membro da diretoria da Unale, não poderia deixar de levar esse debate adiante, que foi compreendido pela atual presidente Ivana e também pelo deputado Lídio Lopes”, afirmou Diogo Moraes.
Para o parlamentar, a entrada da Unale nas discussões irá fortalecer o debate acerca dos impactos desse acordo comercial, que poderá afetar grandemente o setor têxtil com a redução da taxação de produtos importados da Coreia do Sul, Vietnã e Indonésia. “Unindo deputados e representantes de vários estados, poderemos mostrar ao Governo Federal a importância de criar mecanismos de proteção a esses setores, pois não é apenas Pernambuco que sentirá esses reflexos”, complementou. De acordo com Diogo, já na primeira reunião da entidade, em fevereiro, haverá participação dos membros da Frente Parlamentar.
DADOS
Dados da Secex fazem uma projeção dos impactos em 2040 causados pelos acordos de comércio bilateral com Coréia do Sul, Vietnã e Indonésia, com base nos números atuais. Segundo o levantamento, a expectativa é que daqui a 19 anos a Indonésia tenha um incremento de 1010% nas exportações para o Brasil no setor do vestuário, um aumento de 216% nas exportações do setor têxtil, ao mesmo tempo em que o setor de couro e calçados teria 736% de aumento.
Já o Vietnã vai exportar para o Brasil 702% a mais no setor do vestuário, 250% no setor têxtil e 407% do comércio de couro e calçado. Por fim, a Coreia do Sul vai ter um incremento de 684% na exportação de vestuário, 250% no têxtil e 510% no de couro e calçado. Enquanto isso, o aumento das exportações brasileiras nos mesmos setores seria mais tímido. O estudo prevê, inclusive, que a produção desses setores no Brasil sofreria uma retração de até 8,6%, como seria o exemplo da produção de couro e calçado, além de uma retração de até 1,42% na produção de vestuário e 0,8% no têxtil.