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Dicas para garantir a Inclusão

Como a maioria sabe, sou paraguaia, e lá no Paraguai quando uma coisa, ou pessoa muito importante faz muita falta a gente diz que ela “brillo por su ausencia” (brilhou pela sua ausência) e infelizmente, ainda hoje me deparo com situações nas quais a Inclusão “brilha pela sua ausência”. Como é possível ainda nos tempos de hoje, com acesso à informação, internet, telefones celulares na mão, a Inclusão ainda ser a última coisa a ser respeitada e falada. Pois é, parece ser muito falada, mas na verdade não; só quem está no meio é quem escuta falar muito sobre o assunto, mas quem ainda decide viver “no mundo da lua” está longe de ser um ser participativo nessa causa.

A inclusão não pode ser somente um tema para refletirmos, precisa ser também um grito de urgência, para que mudanças concretas criem espaços mais amplos para profissionais, estudantes, adultos e crianças.

Por exemplo: A inclusão Social no âmbito profissional, precisa ser pautada pela valorização do ser humano profissional com as suas limitações e os seus talentos. Cumprir a legislação (Lei de Cotas) é fundamental, mas contratar só para cumprir a lei é um dos maiores erros que uma empresa pode cometer. Não veja as pessoas apenas como números, enxergue além da deficiência; não generalize, até porque não existem duas pessoas iguais, todas as pessoas são diversas.

Inclusão de pessoas com deficiência se faz com equidade, sabendo reconhecer as diferenças, tratando os desiguais na medida das suas desigualdades e os iguais na proporção das suas igualdades, criando ações afirmativas, para se atingir a igualdade; por isso é importante flexibilizar o perfil profissional, por exemplo, para ampliar as possibilidades de contratação de uma pessoa com deficiência.

E a Inclusão no âmbito escolar? Quando se trata da formação dos docentes, por exemplo, é importante que os profissionais da Educação tenham consciência de que é possível tornar o processo de inclusão mais digno, mais respeitoso e mais eficaz para os alunos e as suas famílias. Nesse sentido, o primeiro consenso que deve ser construído na escola é que a inclusão é uma ação institucional e de responsabilidade coletiva. 

E não há dúvidas que a Inclusão não recebe a atenção necessária quando falamos em políticas públicas assertivas, infelizmente essa é uma realidade que vem se perpetuando com políticas que ao invés de resolver a problemática ou de dar visibilidade ao tema, cozinham ele em banho maria até as próximas eleições, e assim brincam com a necessidade das pessoas. As conquistas legitimadas na legislação brasileira e as iniciativas para a sua implementação, inegavelmente, trouxeram avanços à participação ativa das pessoas com deficiência nas diversas esferas sociais, porém, muitas vezes esses direitos, seja pela burocratização ou pela falta de vontade, mesmo sendo direitos legitimados, sequer são efetivados. A pessoa com deficiência sempre esteve longe dos espaços de fala e decisão. Seja por preconceito, discriminação, estigma. Precisamos lutar contra isso, tenha você deficiência ou não, precise você de cuidados especiais ou não, porque toda voz merece ser ouvida e toda necessidade suprida. Que a humanidade e a empatia façam parte do nosso dia a dia e que não nos calemos diante de atrocidades e desrespeitos.

A Inclusão é um direito, e precisa ser respeitado.

Lorena Benitez
Paraguaia, Acadêmica de Direito e Marketing, Membra colaboradora da Comissão de Direitos dos Refugiados da OAB/PE, Membra do Comitê Interinstitucional de Proteção aos Direitos da Pessoa em Condição de Migração, Refúgio e Apátrida de PE – COMIGRAR.

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