Presidente do Senado se filia ao PSD e é anunciado como candidato do partido ao Planalto. Na cerimônia, no memorial em homenagem a Juscelino Kubitschek, em Brasília, parlamentar defende conciliação e desenvolvimento do país, como fazia o ex-presidente
Com perfil conciliador e defendendo união nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se apresenta como alternativa para liderar a terceira via nas eleições de 2022. O parlamentar assinou, ontem, a ficha de filiação ao PSD, e o presidente do partido, Gilberto Kassab, já anunciou que o senador será o candidato da legenda ao Planalto.
A cerimônia ocorreu no Memorial JK, em Brasília. A escolha do local é simbólica. Juscelino Kubitschek era membro do PSD quando governou o Brasil, no período entre 1950 e 1955, e foi constantemente lembrado no evento. Após assinar a ficha de filiação, Pacheco recebeu da neta de Juscelino, Anna Christina Kubitschek, um broche de sua nova legenda.
Apesar de evitar já se apresentar como pré-candidato ao Planalto, Pacheco discursou em clima de campanha eleitoral e pregando conciliação e desenvolvimento do país, ideais de JK. Ele mencionou a fome, que voltou a assolar o país; o desemprego e a inflação alta como desafios a serem superados, sem citar nomes ou apontar culpados. “Não podemos tolerar que um país com base agrícola e pecuária tenha o cidadão passando fome e buscando comida no lixo. Portanto, já passou da hora de voltarmos ao diálogo, retomarmos o equilíbrio e a paz”, defendeu.
Segundo Pacheco, somente por meio da união dos agentes públicos será possível garantir melhores condições de vida para os brasileiros, com mais saúde e educação. “Nós hoje vivemos um momento de enorme preocupação quanto ao futuro da nossa gente. Temos desafios enormes pela frente, que precisam ser solucionados: o desafio da pandemia; do social; do emprego; da área ambiental, do qual não podemos nos apartar; da saúde e da educação de qualidade, sobretudo nos primeiros momentos da vida. A economia e a fome — um flagelo inaceitável, que tem castigado tantos e tantos brasileiros em um país tão produtor de comida como o nosso”, acrescentou.
O senador disse, também, que espera contribuir para que o país recupere a autoestima. Ele destacou que o brasileiro “está deixando de acreditar no futuro”. “Não é esse o Brasil que desejamos. O país precisa dar exemplo no respeito aos contratos, às leis e aos valores da Constituição Federal”, pontuou. “Da minha parte, eu quero contribuir para que o Brasil recupere a sua autoestima e a sua paz, que voltemos a sorrir, ter esperança e felicidade, para ser o país que queremos e merecemos.”
Diversos outros caciques da legenda prestigiaram o evento, como o deputado Antonio Brito (BA), líder do PSD na Câmara. Ele afirmou que o partido “cresce ainda mais” com a chegada de Pacheco e que a filiação é um grande acontecimento para a sigla.
Também estiveram presentes os senadores Omar Aziz (AM), Otto Alencar (BA) e o líder do PSD no Senado, Nelsinho Trad (MS), além dos outros dois senadores da bancada de Minas Gerais, Carlos Viana e Antonio Anastasia, que não poupou elogios a Pacheco. Em sua fala, ele ressaltou que o presidente do Senado poderá levar os ideais de Juscelino Kubitschek à Presidência.
De Pernambuco, o deputado federal André de Paula, presidente estadual do PSD marcou presença junto com a filha e coordenadora do PSD Mulher no estado, Andréa de Paula.
Fonte: Correio Braziliense