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COLUNA NOVO CONTEXTO: O DEM pode continuar caminhando com Bolsonaro

Desde o começo do governo Bolsonaro o Democratas é um dos partidos que faz parte da base de sustentação, com ministros importantes, como Ônix Lorenzoni (RS), homem de confiança do presidente Bolsonaro e ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Tereza Cristina (MT), ministra da Agricultura, que lidera uma área estratégica para o Brasil. Nomes validados sob a batuta do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. A expulsão de Rodrigo Maia do DEM é um dos indicativos dos rumos que o partido pretende trilhar em 2022, foi um recado interno claro à base do Democratas, que o partido possui lado e não deve aceitar ingerências que interfiram nos planos de permanecer na base governista.

Ideologicamente, o DEM sempre teve viés de direita, com raízes no Arena (partido que deu sustentação ao regime militar), na redemocratização se tornou PFL e abrigou grupos políticos importantes, como o grupo do ex-vice-presidente Marco Maciel (PE) que atuava de forma diplomática na esfera política e dialogava com os extremos, o grupo do ex-senador Antônio Carlos Magalhães (BA), que atuava de forma mais calorosa na política, hoje representado pelo presidente do partido ACM Neto. No estado do Rio de Janeiro o DEM era comandado pelo grupo do ex-prefeito César Maia, que foi herdado pelo filho, o deputado federal Rodrigo Maia, que comandou o DEM Nacional entre 2007 e 2011. Durante os governos de Lula e Dilma do PT, o DEM fez oposição e há quem acreditasse até na extinção do partido, tamanha a diminuição da legenda no país, mas com impeachment de Dilma o jogo virou, o DEM ganhou espaços no governo Michel Temer (MDB), indicando para a pasta da Educação o então deputado federal Mendonça Filho (PE) e passou a fazer parte da coalizão de partidos na Câmara que sustentaram Michel Temer até o fim do mandato tampão.

Após o afastamento do deputado federal Eduardo Cunha (MDB) da presidência da Câmara, e com um momento turbulento de reafirmação do papel institucional da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia foi eleito em 2016 para comandar a casa. A presença de Rodrigo na presidência garantiu certo prestígio nas negociações com o Planalto, mas justamente esse prestígio que garantiu também dor de cabeça. Desde 2018, Rodrigo Maia tenta galgar voos mais altos, chegou a ensaiar uma candidatura à presidência da República, mas na hora H o DEM coligou com o tradicional projeto majoritário do PSDB. Com a vitória de Bolsonaro, o DEM continuou tendo espaço no Planalto, mas a relação entre Maia e governo federal não deu liga, Rodrigo era ameaça eleitoral no Rio de Janeiro para os filhos de Bolsonaro e vice-versa.

Com o início da pandemia, em 2020, Rodrigo Maia entrou novamente em rota de colisão com Bolsonaro aliando-se a setores mais à centro-esquerda e vetando pautas importantes do governo. Apoiou por conta própria em 2021, na eleição para a presidência da Câmara, o deputado federal Baleia Rossi (MDB), à revelia do comando partidário, marcando posição contra Bolsonaro. Na reta final, o DEM decidiu manter-se neutro na disputa entre Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL), frustrando os planos de Maia. No fim das contas, os traumas causados provocaram uma cisão de Maia com o DEM, levando o presidente do partido a interferir no caso, culminando na expulsão de Maia.

Um alinhamento com uma terceira via para disputar a presidência não é descartado, esse ponto só é debatido no DEM para não provocar um esvaziamento do partido fruto dos resquícios da expulsão de Maia e da insatisfação dos membros do partido com a polarização imposta pela conjuntura atual. Usufruir das benesses de ser base governista tem seu preço, com a expulsão de Rodrigo Maia o partido se manteve na situação, restabelecendo a sintonia com o governo Bolsonaro, dando sinais claros que não estão nos planos do partido voo próprio ou uma guinada à esquerda. E com as arestas aparadas o DEM pode continuar caminhando com Bolsonaro.

Futuro de Dória 1
O governador João Dória tem o desafio de se viabilizar internamente para as prévias do PSDB que irá escolher o candidato à presidência da República para 2022. O grande detalhe é a falta de interlocução de Dória com os caciques do partido no Brasil. Eduardo Leite (RS), Artur Virgílio (AM), Tasso Jereissati (CE) e Aécio Neves (MG) são alguns nomes que precisam ser convencidos que essa não será uma odisseia solitária, mas que carregará consigo um partido histórico como o PSDB.

Futuro de Dória 2
Caso não seja candidato à presidência da República, a viabilização da candidatura de Dória à reeleição do governo de São Paulo dentro do PSDB paulista estaria ameaçada pelos planos de Geraldo Alckmin em voltar a disputar a cadeira principal do Palácio dos Bandeirantes.

PSB preparando o terreno
O PSB nacional tem preparado o terreno para ganhar espaço nas eleições de 2022, com a filiação de Marcelo Freixo, ex-PSOL e se confirmando a ida de Flávio Dino, atual PCdoB, o partido tem tudo para formar a tão sonhada frente de esquerda com o PT e de quebra indicar a vice-presidência na chapa de Lula.

Casadinha: Republicanos e Podemos
Caso se confirme o modelo de federação para as próximas eleições, Republicanos e Podemos poderão se unir sem risco de extinguir nenhum dos partidos. Aqui em Pernambuco, os deputados e presidentes estaduais, Silvio Costa Filho (Republicanos) e Ricardo Teobaldo (Podemos) já começaram a dialogar. Resta saber se o Podemos também vai para a Frente Popular de Pernambuco assim como o Republicanos já foi.

Proposta de Novo Programa Social
Uma proposta de Eduardo da Fonte amplia o Bolsa Família e unifica outras ações de transferência de renda do Governo Federal, como Seguro Defeso, Bolsa Verde e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Sugestões de financiamento do programa estão detalhadas no projeto. O PL 3023/20 pode servir como base para o novo programa social anunciado nesta quinta-feira (17) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Expansão da rede de UTIs
O governador Paulo Câmara informou, em pronunciamento nesta quinta-feira (17.06), que pela primeira vez em quatro meses a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva – UTI ficou em 87%, zerando a fila de espera por vagas de UTI no Estado. Ele enfatizou que esse resultado é fruto de uma série de medidas restritivas intensificadas a partir de 7 de dezembro de 2020, além do avanço da vacinação e da expansão da rede de UTIs em Pernambuco, que hoje é a maior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

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