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ARTIGO: Mudanças climáticas pesam no bolso do consumidor

O segundo semestre de 2021 realmente não está sendo fácil para o consumidor brasileiro, visto que grande parte da população sente no bolso o aumento exponencial de produtos básicos do dia a dia.

Em consequência dessa problemática, levanta-se o seguinte questionamento: quais fatores seriam determinantes pelo aumento destes produtos que são tão necessários no cotidiano da população?

A resposta parece óbvia, especialmente em tempos de crise humanitária ocasionada pela pandemia do novo coronavírus, ou, até mesmo, pelo alto índice de desemprego que assola o país.

Contudo, há um outro fator não menos determinante que foge da percepção popular, que em certos contextos torna-se imperceptível, noutros, surte efeitos devastadores:  as mudanças climáticas vieram para ficar e já sentimos no bolso suas consequências.

Novos apagões? Racionamento de energia? Esse é o Brasil da insegurança energética, um problema antigo que nunca teve o devido enfrentamento pelo Governo brasileiro, qualquer que seja a bandeira ideológica alocada em Brasília.

O Brasil mais do que nunca precisa cortar as amarras da exploração de energia hidrelétrica, buscar outras alternativas, particularmente, frente à escassez hídrica presenciada nos últimos anos.

Importante destacar para o consumidor que o esgotamento dos recursos hídricos já traz repercussões financeiras neste mês de setembro, considerando que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), criou uma nova bandeira tarifária de energia, denominada “bandeira tarifária escassez hídrica”.

O consumidor que antes pagava R$ 9,49 por cada 100 quilowatts/hora consumidos, agora, passa a pagar R$ 14,20 por cada 100 quilowatts/hora consumidos, taxa que irá vigorar até o fim de abril de 2022. (Fonte: Agência Senado)

Outras áreas também sofrem com o pouco volume de chuvas, como a agricultura e a pecuária, ocasionando consequentemente a inflação no preço de alimentos presentes na mesa de milhares de brasileiras e brasileiros.

Para não comprometer o orçamento familiar, as pessoas precisam se privar de certos confortos e rever hábitos, como evitar banhos demorados em chuveiro elétrico, lavar a maior quantidade possível de roupas em uma única vez, usar menos o ar condicionado, ou seja, é preciso consumir de modo consciente.

Enquanto não se sabe bem até que ponto as mudanças do clima vão impactar diretamente o bolso do consumidor, é necessário enfrentar com seriedade esses “novos” desafios, revendo hábitos, escolhas, e, o modo de sociedade que queremos ter em breve.

Hyuri Tabosa
Ambientalista, Pesquisador em Direitos Humanos e Direito Ambiental.

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