fbpx

ARTIGO: Se Lula ganhar, ele vence a batalha, mas não leva a vitória.

De acordo com relatório divulgado pela Revista Veja, somente este ano, foram registradas mais de 100 pesquisas eleitorais no TSE. É consenso em todas elas, de que a polarização entre Luís Inácio e Bolsonaro será a bola da vez da eleição deste ano. Sem entrar no mérito e adiantar a temática de outro artigo, sobre de quem seriam os interesses velados para antecipação do resultado do pleito, (confirmando a polarização entre Lula x Bolsonaro) a dianteira de Lula é tido como consenso pelas pesquisas.

Porém, aí que justamente os questionamentos se levantam. O único estado da federação em que o PT tem aliança eleitoral efetivamente confirmada é Pernambuco, estado esse que o candidato ao cargo majoritário, não é do PT, e sim do PSB. Este mesmo PSB, que desembarcou recentemente da formação da federação de esquerda, por não concordar com a utopia da ideia hegemônica que o PT sempre carregou consigo mesmo, de que o PT deve escolher o candidato a presidente, o PT escolhe os senadores e candidatos ao governo nos respectivos estados da federação, e de que o PT escolhe o militante que vai registrar as chapas na Justiça Eleitoral. Acrescenta-se ainda mais uma variável a este cenário em Pernambuco, a saída de Marília Arraes do PT, que saiu do partido e tentará a candidatura própria ao governo do estado, abrindo um segundo palanque, no mesmo estado, para Lula. Ou seja, a confusão é certa, e ninguém sabe em qual palanque Lula vai subir.

Da mesma forma, no RJ, onde Marcelo Freixo, também candidato pelo PSB e apoiado por Lula, nas últimas pesquisas aparece empatado com o atual governador Cláudio Castro (PL). Pior ainda, na Bahia, onde em apenas uma semana, foram levantados três nomes de candidatos distintos para disputar o Governo do estado, ninguém chegou a um consenso, e no final das contas, escolheram um secretário aleatório para ser o candidato ao governo do estado. Fora o fato, de que se esqueceram de combinar toda a história e avisar ao vice-governador, João Leão (PP) que declarou que não iria apoiar o candidato do governo e possivelmente embarcaria na candidatura de ACM Neto (UB). Temos também MG, onde o candidato apoiado pelo PT, Alexandre Khali (PSD) que também não é do PT, perde com ampla vantagem nas pesquisas para o atual governador Romeu Zema (NOVO) que têm chances de ganhar ainda no primeiro turno.

Somente em São Paulo, que o PT tem candidato do seu próprio partido, e que lidera as pesquisas, Fernando Haddad, lidera com 32%, seguido de Márcio França (PSB) e Tarcísio Freitas (Republicanos). Em SP tem-se um ponto bastante peculiar, foi justamente o desenho da disputa em SP, Haddad X França, que foi um dos pontos principais para a não formalização da federação partidária de esquerda. Haddad teve a faceta de ter uma votação menor que brancos e nulos na sua reeleição para prefeitura em 2016, e ainda conseguiu perder a eleição para um novato, que sequer pontuava 1% nas primeiras pesquisas, e que veio a faturar a eleição no primeiro turno, João Dória (PSDB).

Ou seja, o que se tem notado, é a imensa dificuldade do PT e de Lula, para reatar as alianças antigas e de circular com facilidade pelos partidos políticos angariando apoios, os interesses estão mais expressos, as posições mais bem apontadas e aparentemente, a disposição para abrir mão dos interesses aparece em baixa.

É fato que a figura Lula é distinta da figura do PT, é fato que a rejeição ao PT continua batendo nas alturas, e é fato de que se Lula ganhar a eleição, ele não leva. Haja vista que com a ascendência do presidencialismo de coalização, em que o presidente carece necessariamente do apoio do legislativo para poder governar, Lula precisou em 2002-2010, do Mensalão e de um Petrolão para poder governar, ainda que tivesse incríveis 80% de aprovação popular.

Todavia, Lula não encontra a mesma benesse dos anos anteriores, um legislativo fraco, que se permitia vender por poucos cargos e uma “emenda aqui e ali”. Tem-se um legislativo forte, robusto e que tem claros interesses no orçamento da União – vide orçamento secreto e as emendas de relator-. Nesse sentido, nota-se que se Lula ganhar, ele terá imensas dificuldades em governar, justamente pelas dificuldades que vem apresentando ainda no período pré-eleitoral.

O que Lula vai levar são os mesmos resultados que o PT vem tendo desde 2016, menor número de governadores eleitos, menor número de deputados federais e estaduais eleitos (comparando aos dados das eleições anteriores do próprio partido) e a faceta de em 2020, não eleger nenhuma prefeitura no país inteiro. As pesquisas dão a vantagem a Lula, favorito para vencer as eleições, mas só esqueceram de combinar com os Russos, sobre o problemão que Lula vai ter para governar sozinho.

O que Lula vai levar são os mesmos resultados que o PT vem tendo desde 2016, menor número de governadores eleitos, menor número de deputados federais e estaduais eleitos (comparando aos dados das eleições anteriores do próprio partido) e a faceta de em 2020, não eleger nenhuma prefeitura no país inteiro. As pesquisas dão a vantagem a Lula, favorito para vencer as eleições, mas só esqueceram de combinar com os Russos, sobre o problemão que Lula vai ter para governar sozinho.

Não é essa a realidade que o Brasil merece e há de ter, o passado conturbado petista, não deve ser rememorado com o presente tresloucado do presidente Bolsonaro, O personagem fictício Francis Underwood dizia, que se há apenas duas oportunidades na mesa, deve-se girar ela e criar novas oportunidades. Não precisamos e não merecemos ser reféns de Lula e Bolsonaro.

O Brasil precisa sim, de responsabilidade fiscal, segurança jurídica e política, inflação e taxa de juros em patamares razoáveis, diminuição da desigualdade de renda, erradicação da extrema pobreza, melhoria da saúde e segurança. Contudo, aparentemente, todos estão preocupados se Lula vai estar forte para derrotar Bolsonaro, ou se Bolsonaro estará forte para derrotar Lula, a preocupação com o país, foi relegado para segundo plano. Infelizmente.

Izaque Costa

Advogado, ex-coordenador geral do MBL-PE, atual membro do Livres-PE, Diretor de Políticas da UJL-PE e sênior Demolay do Capítulo Caruaru n 17.

1 comentário em “ARTIGO: Se Lula ganhar, ele vence a batalha, mas não leva a vitória.”

  1. Excelente texto Izaque, é incrível como você disserta bem. O texto mostra um narrativa contrária ao que a mídia quer impor na população. Só uma observação, um parágrafo está em repetição no texto, o início dele é: o que lula vai levar… contudo não diminui o brilhante artigo!

    Responder

Deixe seu comentário