Na última semana falamos aqui sobre como organizar o orçamento, e algumas pessoas me procuraram falando que quando tentaram listar todas as contas, ainda assim o orçamento ficou apertado para elas e não conseguiam fazer ajustes, ou até mesmo estavam se vendo numa bola de neve, pegando dinheiro daqui e dali emprestado e não sabendo mais o que fazer.
Um relato me chamou atenção e eu resolvi trazer a temática hoje para vocês. Um determinado leitor informou que comprou o item parcelado, um veículo, e que esse bem era utilizado para trabalhar. Agora ele tinha ficado desempregado, não estava mais utilizando o veículo para fins de trabalho e ficaram as parcelas por pagar, ele não sabia o que fazer.
Então aconselhei duas alternativas:
- Opção 1: Ou reduz padrão de vida;
- Opção 2: Ou faz uma renda extra.
A primeira opção seria ele vender o carro, e poderia vender e quitar as parcelas do financiamento, e caso ficasse ainda com um saldo positivo dessa venda, poderia decidir investir em algo para começar a ganhar dinheiro ou quitar dívidas, ou até mesmo fazer uma reserva financeira. A redução de padrão de vida precisa ser considerada como algo que daria uma folga e o livraria do compromisso das parcelas. Ao invés de vender e ficar totalmente sem transporte, ele também poderia trocar por um veículo de menor valor (uma moto, por exemplo) e não ficar com a dívida do parcelamento.
A segunda opção, que ele precisaria considerar, é trabalhar com algo que lhe dê um dinheiro extra. Essa seria a forma de conseguir manter o padrão de vida atual, continuando com o veículo e suprindo suas parcelas. A conta seria simples: Ele me disse que para cada venda que ele fazia, ele recebia R$ 100,00 de lucro. O valor de sua parcela é de R$ 1.200,00, o que significa que ele precisaria colocar como meta pessoal fazer 12 vendas no mês para cobrir exclusivamente o valor dessa parcela.
Sabemos que não é fácil decidir por uma opção ou por outra. Tudo precisa ser avaliado, não tem muito ‘receita de bolo’ nesse caso, é preciso tomar consciência do cenário e entender o que fazer e quais os ganhos em uma decisão e na outra.
Muitas pessoas focam no problema, outras, trazem a solução. Eu quero sempre ser essa pessoa que busca ajudá-los com a solução. O problema desse leitor era a parcela do veículo, muitos poderiam julgá-lo por causa dessa dívida, outros não teriam dado a atenção necessária à sua queixa.
Dinheiro é coisa séria, mexe com nosso emocional e essas decisões financeiras também. Entender que descer um degrau do padrão de vida é algo temporário, talvez ajude-o, se a decisão for a primeira opção. E entender que precisa se superar em suas vendas, isso ajudará a enxergar que essa renda extra será a manutenção do seu padrão.
E você, o orçamento apertou? Gostou das dicas? Traga você também suas dúvidas.
Até mais!
Samara Sarmento
Mestre em Economia pela UFPE, Bacharel em Administração, com especialização em Gestão de Marketing. Docente do IFPE, atuando nas áreas de Gestão, Negócios, Finanças e Economia Local.
@samarasarmento
