A deputada estadual Delegada Gleide Ângelo usou suas redes sociais para manifestar sua indignação e repúdio às agressões físicas praticadas contra Pamella Holanda pelo ex-companheiro Dj Ivis, divulgadas pela vítima em um vídeo que chocou o país no último domingo (11). A parlamentar afirmou que o caso revela todas as faces da violência contra a mulher, defendendo a criação de políticas públicas de prevenção e repressão a esses tipos de crimes.
“Estou há 18 anos na polícia e essa é a realidade das delegacias. A violência contra a mulher, assim como a violência contra a criança e o idoso, é a mais democrática e covarde que existe. Ela é uma pandemia para a qual não há vacina. Somente em Pernambuco, foram 42 mil boletins de ocorrência de violência contra a mulher em 2020”, explica Gleide.
Segundo a parlamentar, a violência doméstica atinge todas as mulheres, independentemente de condição econômica, social, racial ou religiosa. Normalmente ela está associada a dependência psicológica e/ou financeira da vítima em relação ao agressor, que costuma ser o companheiro ou cônjuge.
“Nesses casos, os padrões se repetem. O agressor geralmente é o típico ‘cidadão de bem’. A violência ocorre dentro de quatro paredes, onde ninguém vê. O agressor costuma desqualificar a vítima para justificar seus atos. A mulher é revitimizada ao ser culpabilizada. A violência é tratada como algo normal em que ninguém ‘mete a colher’ e os filhos acabam se tornando vítimas indiretas. E quando há feminicídio, eles se tornam órfãos da violência”, continua.
Segundo dados da Secretaria de Defesa Social, o número de casos de violência doméstica em Pernambuco foi de 16.961, de janeiro a maio deste ano. Uma alta de 1,73% em relação ao mesmo período do ano passado.
“O enfrentamento à violência de gênero deve ocorrer através da criação de políticas públicas transversais, voltadas para todas as áreas, principalmente educação, segurança pública, assistência social, saúde, trabalho e moradia. Primeiro precisamos ensinar nossos filhos e filhas que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, desconstruindo a cultura machista e patriarcal que insiste em se perpetuar. E paralelamente, precisamos ajudar as meninas e mulheres que já estão sendo vítimas a romperem o ciclo da discriminação e da violência, com políticas de fortalecimento feminino. Uma mulher empoderada jamais ficará calada quando receber o primeiro grito, quanto mais um tapa na cara”, destacou Gleide Ângelo.