Muito se fala sobre o Autismo e a Maternidade, que muitas vezes, mesmo que inconscientemente, tira o protagonismo dos Pais nessa nova jornada.
Estudos que investigaram o envolvimento paterno com crianças com TEA tendem a enfatizar a importância do pai durante a intervenção precoce, o papel da brincadeira entre pai e filho para o desenvolvimento das competências sociais e da linguagem e a importância do envolvimento paterno para a diminuição do estresse e de sintomas depressivos nas mães.
Antigamente a paternidade era entendida como a figura responsável por prover alimentação e um lar para família, mas, hoje em dia, o papel do pai vai além disso, hoje ele é um eixo fundamental para o desenvolvimento da família e especialmente, da criança.
Por esse motivo, na nossa coluna de hoje, trazemos o relato do Gilmar, pai que vivencia o Autismo nas filhas gêmeas.
Os protagonistas da nossa coluna de hoje:
“Meu nome é Gilmar, sou pai de 4 filhos, mas vou falar hoje sobre as minhas filhas Maria Fernanda e Maria Eduarda.
Na época que elas nasceram eu tinha 40 anos de idade, quando elas nasceram, elas não tinham nenhum problema visível. Foi depois delas completarem 2 anos de idade, que percebemos que elas tinham dificuldade para falar.
Fomos para o médico, e ele falou que elas poderiam ser autistas, inicialmente, a primeira consulta foi bastante “tranqüila”, o médico informou e explicou as limitações que o Autismo pode apresentar, e eu, no fundo – como acredito que qualquer pai que recebe qualquer tipo de diagnóstico quer escutar – é que com tratamento e medicação elas poderiam estar “curadas”, mas sabemos que infelizmente, com o Autismo não é assim.
Sabemos da importância do tratamento para o desenvolvimento dos nossos filhos, e foi o que fizemos, com muita paciência e compreensão – principalmente dos familiares – fizeram toda diferença nesse desenvolvimento que como todo pai quer e espera para seu filho.
Posso dizer que a ajuda e suporte da família, o acolhimento e a segurança que as minhas filhas recebem da família é o diferencial na vida delas e no desenvolvimento. A ajuda da família é extremamente importante.
A mensagem que deixo para os pais que recebem o diagnóstico é de que, tudo na vida tem um propósito na vontade de Deus, de início, não vou mentir, é muito difícil, mas aos poucos tudo vai se encaixando, inclusive a maneira de você ver a vida, você vê a vida a partir de outra perspectiva, com outros olhos.
A paternidade azul me ensinou que as minhas filhas são crianças “normais”, apenas com limitações, extremamente inteligentes e amorosas, elas amam o sossego e que tem o mundo delas, onde só entra quem elas permitem. Amo as minhas filhas, e apresento a vocês minhas gêmeas, meu orgulho!“
Maria Fernanda e Maria Eduarda.
A IMPORTÂNCIA DA PATERNIDADE.
Pai, nunca esqueça de que você é uma pessoa importante na vida do seu filho, lembre-se de que ser pai é algo que você aprende com a prática, quanto mais tempo dedicar ao seu filho, mais rápido aprenderá a detectar quais são suas necessidades e gostos.
De acordo com Isa Minateli, psicopedagoga e autora do livro “Crianças sem Limites”, a presença constante do pai também é responsável pelo desenvolvimento cognitivo e social da criança, facilitando a capacidade de integração e aprendizagem.
Então, concordamos em falar que a paternidade é essencial para deixar marcas significativas e transformadoras em nossos filhos!
Que a partir da nossa coluna de hoje, com as histórias que vemos por aqui, consigamos reforçar a importância da família no desenvolvimento de crianças, jovens e adultos autistas, para assim, de alguma maneira ajudar a promover mais qualidade de vida e autonomia na vida delas, sempre dentro das possibilidades de cada família.
Mais uma coluna inspiradora, gratidão às famílias que até aqui, tem sido protagonistas da nossa coluna. Até a próxima coluna de Inclusão Social!