É chocante assistir pela TV ao vivo, bombas sendo lançadas sobre Jerusalém. A apresentadora anunciando como um player: essa bomba caiu essa outra foi interceptada. As cenas do clarão quando a bomba toca o solo, são impactantes.
No celular ao meu lado, ao vivo também, vejo a voltas das drilhas acontecendo com pessoas felizes. O São João – festa esperada por todos. Festa que traz alegria, consumo gerando negócios e mais negócios. Uma cadeia vastíssima de empreendedores que vai do fornecedor grande de alimentos e bebidas até o barraqueiro, passando pela moda e pela cadeia produtiva da beleza.
Analisando enquanto cidadã do mundo, enquanto pessoa contrária a guerra e com o compromisso de refletir e despertar reflexões nos alunos, amigos e clientes, percebemos dimensões que podem nos levar a banalidade da dor.
Busco para ajudar nessa reflexão, Hannah Arendt filósofa que escreveu sobre as atrocidades de regimes totalitários e sua relação com o poder sobre a sociedade. Indico sua obra. Ela diz que: de tanto vermos maldades ou perigo de perto, nossa mente para nos proteger invoca uma normalidade. E nos deixa indiferentes. E ela conceitua isso como: “banalidade do mal”.
Hannah Arendt alerta para não cristalizarmos ou nos embrutecermos com o mal. E infelizmente, acontece, banalizamos. Vemos isso quando passamos por uma pessoa totalmente drogada. Já não nos incomodamos mais. E tantos e tantos outros exemplos como acidentes trágicos envolvendo drogas e direção. Olhamos e seguimos.
Por outro lado, a vida segue com esse novo formato. Assistir situações conflitantes ao mesmo tempo que vivemos outra situação, através da tecnologia. Isso só tem avançado, precisamos utilizar nossa inteligência emocional para equilibrar. Lógico que precisamos ser o aqui e agora, o que nos cerca, o ambiente que estamos.
É importante olhar o futuro, a partir desta realidade contextualizada neste texto. Mas, sem perder a capacidade de esperançar, de viver, de brindar a vida.
Agradecer e seguir, vamos que vamos!
Por Ivania Porto
Doutoranda em Ciências Políticas na UFP/Porto. Professora e coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Asces-Unita. Consultora de Gestão e Estratégia