Ideias e confrontos

Nada nos aproxima mais da verdade que o confronto das ideias. Gosto e pratico essa máxima. Preocupa-me a inexistência de confrontos de ideias nos ambientes. O estímulo dos pensamentos contraditórios soma e agrega. Aqui não falo de pessoas, de intolerância, mas de ideias. É sobre a liberdade de ampliar a ideia. De ampliar as possíveis variáveis sobre o mesmo fato.

Trabalhar em ambientes assim, que alimentam e estimulam a possibilidade do diferente. Certamente os resultados são melhores. Gosto do perfil de quem trabalha em equipe. Dá mais trabalho, claro que dá. Mas o resultado é muito mais satisfatório e certamente mais eficiente.

Todos sabem trabalhar em equipe? Não. Conduzir equipes remete a uma capacidade de diálogo e liderança grande. As habilidades que fazem a liderança são muitas, mas vou destacar aqui duas. Uma é a inteligência emocional. Saber desenvolver um olhar de fora e sistêmico para que as emoções próprias do processo, não induzam ao erro. Ser o ponto de equilíbrio das tensões é desafiador.

A outra é motivar a equipe. Cada vez mais difícil por causa do bombardeio que a internet entrega às pessoas. Existe uma ansiedade com falta de atenção nas coisas concretas e presentes que dobra o esforço que o líder precisa para manter a equipe motivada.

Imagina os dois fatores acima associados a ideias divergentes. É complexo e desgastante para o líder. Por isso, o lugar de liderança é extremamente estressante e está sendo visto pela geração que está recente no mercado, a chamada geração “Z”, como uma situação não desejada.

O senso comum é colocar a culpa na geração “Z”, colocando o rótulo dos nem-nem. Nem estudam, nem trabalham. Sou daquelas que aprofundam a análise e não gosta de rótulos. Tenho me debruçado no estudo do choque geracional. Está acontecendo em todos os lugares. Família, organizações e sociedade. E percebo que talvez a nossa geração também não tenha equilibrado as coisas. Nos tornando muito “workaholic” e não é nada saudável.

A ideia desta reflexão é que possamos fazer uma análise do quanto somos empáticos com ideias que são diferentes da nossa? E o quanto podemos melhorar nossa atitude? Se você quer aprofundar o tema, entra em contato. Será um prazer.

Por Ivania Porto
Doutoranda em Ciências Políticas na UFP/Porto. Professora e coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Asces-Unita. Consultora de Gestão e Estratégia

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