Claro! Quem diz que faz o que quer, como quer, sem precisar da aprovação de ninguém, na certa está usando alguma falácia. Só para alinhar, falácia é um argumento que parece real, mas não é.
Vivemos em sociedade, desde muito tempo. Outro fator importante é que precisamos dessa convivência. Socialmente podemos escolher poucos ambientes, família, trabalho etc., ou muitos. Já se percebe que escolho muitos ambientes para conviver. Inclusive este, com algumas crônicas e recebendo retornos interessantes. Mas, impossível viver uma vida de ermitão sem que não haja algum prejuízo.
Quando você escolhe muitos ambientes, claro sua vida terá mais sentido e certamente terá mais ambientes para seu amadurecimento pessoal e profissional. Isso, sem contar que certamente terá uma aposentadoria com muito mais coisa a fazer, do que ficar sentado em um sofá.
As pessoas são importantes, suas opiniões confortam e abraçam. Sem as pessoas que acreditamos e convivemos não somos ninguém. A vida além de ser vivida deve ser repartida. A partilha nos faz bem. Somos feitos para coexistir. E pensando bem, em todos os momentos, dos mais difíceis até os que nos dá muito prazer.
É claro que hoje, na época das redes sociais esse conceito tem mudado. Muitos estão sozinhos do convívio social e se relacionando na internet com muitos desconhecidos. Todo radicalismo deve ser combatido. O equilíbrio serve para tudo na vida. Poucas coisas são tão unânimes, equilíbrio é uma delas. Muito tem se falado sobre o excesso de conexão. Os medos reais e extremamente ponderados dos pais de jovens, é uma realidade. Que precisam controlar os limites de forma pedagógica mesmo.
Sabe, essa reflexão leva a caminhos saudáveis da convivência. A convivência é provocadora. E desde os anos da infância nas escolas, percebemos e vivemos a importância de amigos ao nosso redor. Sem eles como atravessaríamos a fase escolar? A adolescência então, nem se fala.
Crescemos, estamos independentes, alguns mais que outros. Independência financeira e emocional, são diferentes e para ambas a solidão não é boa companhia. Reconhecer que em alguns ou muitos momentos venhamos a querer ficar um pouco só. É até salutar, num mundo com tantas demandas e tantas informações diversas e complexas.
Só não devemos ficar escravo da opinião do outro em detrimento ao que gostamos de fazer. Ao que acreditamos ideologicamente. Ou que defendemos. Nesse caso nós somos mais importantes. Não existe ninguém mais importante que você mesmo. Defender-se mesmo que o outro não aprove é questão de identidade. De maturidade, de independência e de escolha. Por isso, esta reflexão. Ter opinião própria diferente daqueles que você convive, não te leva a ficar isolado. O que te leva a ficar isolado é falta de empatia. É não se colocar no lugar do outro. Que possamos pensar com identidade própria e permitir que outros pensem diferentes. Acho que é essa a graça da vida. Imagina todos iguais? Nada mais chato. Bora viver e conviver que a vida é bela. Como disse Eunice Paiva: Nós vamos sorrir. Sorriam!
Por Ivania Porto
Doutoranda em Ciências Políticas na UFP/Porto. Professora e coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Asces-Unita. Consultora de Gestão e Estratégia.