O médico-chefe da equipe cirúrgica que operou Jair Bolsonaro no domingo (13), Cláudio Birolini, afirmou nesta segunda-feira (14) que o ex-presidente “não tem expectativa de evolução rápida” na UTI do Hospital DF Star, em Brasília. O procedimento ao qual ele foi submetido durou 12 horas.
A previsão é de que Bolsonaro siga internado por ao menos duas semanas, informou Birolini.
“Não há grandes expectativas de uma evolução rápida. A gente precisa deixar o intestino dele descansar, desinflamar, retomar sua atividade, para só depois pensar em alimentação por via oral”, disse o especialista em entrevista coletiva a jornalistas.
“Agora, nós temos essa primeira fase do pós-operatório, que são essas primeiras 48 horas, que são bastante críticas. Depois das 48 horas, a gente entra em outra fase, que é um pouco mais tranquila”, acrescentou.
Segundo relatou Birolini, “o intestino dele [Bolsonaro] estava bastante ‘sofrido’, o que nos leva a crer que ele já vinha com esse quadro há alguns meses”. Ainda de acordo com médico, é esperado que novas aderências possam se formar no intestino de Bolsonaro, o que pode aumentar o tempo de recuperação total do ex-presidente.
“Ele vai ficar na UTI. Não vamos tirá-lo da UTI enquanto ele não estiver bastante recuperado dessa agressão”, declarou Biroloni.
Ao longo da coletiva, o médico explicou que a facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018 é o “ponto de início” do quadro atual do ex-presidente.
“O ponto de início é a facada, as cirurgias iniciais e, posteriormente, as outras cirurgias, todas elas têm um fator que tem um papel no quadro atual. O objetivo dessa cirurgia foi reverter todos esses fatores que poderiam contribuir para uma nova ocorrência para um quadro assim. O ponto inicial que fique claro para todos que foi a facada”, reiterou Birolini.
O especialista indicou ainda que Bolsonaro já vinha sentindo “desconforto abdominal de extensão, sensação de barriga estufada”.
“Isso mostra que ele tinha um ponto principal, mas de que, de um modo geral, grande parte do intestino dele estava de certa forma imobilizado e com sinais de que já vinha se arrastando de forma mais ou menos crônica.”
Por fim, o cirurgião apontou que a equipe médica não identificou correlação entre a alimentação do ex-presidente e o quadro de obstrução intestinal.
Fonte: CNN Brasil