Essa é uma pergunta poderosa e muito importante para refletir. 70% dos alunos já sofreram violência escolar mas nem sempre falam sobre isso por medo, vergonha ou falta de apoio.
O Brasil criou no dia 7 de abril de 2016, o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, em homenagem às vítimas do massacre de Realengo, em 2011, indícios indicam que o autor da matança enfrentou situações de bullying na infância. A data foi instituída pela Lei nº 13.277 em 2016 com o objetivo de conscientização e prevenção ao bullying, prática que nos últimos anos tem causado muitos problemas no ambiente da escola, como isolamento, medo e humilhações, transtornos psicológicos, distúrbios alimentares, abandono dos estudos e muitas vezes a violência física.

A escola é um local de aprendizado, convivência e desenvolvimento pessoal, mas infelizmente também pode ser palco de situações dolorosas que impactam a saúde mental e emocional de crianças e adolescentes. O bullying e a violência escolar não são apenas agressões físicas, mas também incluem humilhações, insultos, exclusão social e até perseguição virtual (cyberbullying). Esses atos podem gerar traumas profundos, como depressão, ansiedade e, em casos extremos, levar ao suicídio.
A escola tem um papel crucial na prevenção e no combate ao bullying e à violência. É essencial que professores e funcionários estejam capacitados para identificar comportamentos agressivos e intervir de maneira adequada.
Algumas ações efetivas para combater o bullying e a violência nas escolas:
- Investir na identificação do problema: Identificar o comportamento no ambiente escolar nem sempre é uma tarefa fácil. Precisamos lutar contra a linha tênue entre brincadeira e bullying para evitar que esse fenômeno se torne parte da cultura da escola. É fundamental que os colaboradores tenham uma noção clara do que é o bullying e saibam diferenciá-lo para fazer um trabalho de prevenção ou intervenção adequado.
- Implementar programas de conscientização contínuos, promover uma cultura de respeito e incentivar atividades que fortaleçam a empatia e a resolução de conflitos desde a educação infantil.
- Criar canais seguros e sigilosos de denúncia, pois na maioria dos casos os alunos se calam por medo de represálias ou por se sentirem expostos.
Engajar e dialogar com a família. Muitas famílias não sabem como agir diante do bullying, e com razão pois é uma situação realmente difícil – seja quando o filho é vítima, seja quando é o agressor.
Cada atitude positiva conta nessa batalha, quando discutimos o assunto abertamente promovemos conscientização, educação e prevenção, além de fortalecer o apoio as vítimas e desestimular os agressores.

A minissérie Adolescência da Netflix propõe uma reflexão sobre os desafios dos jovens e as relações entre gerações. Os temas abordados giram em torno de questões sociais emergentes e preocupantes, e os criadores da série destacam que os pais devem prestar atenção às mensagens implícitas. Desde o bullying sutil, a saúde mental até a normalização do sexismo, os perigos que antes pareciam distantes agora estão mais próximos do que nunca.
A luta contra o bullying e a violência nas escolas exige coragem, determinação e união de toda a comunidade escolar. Que possamos enfrentar essas questões com ímpeto, promovendo o respeito, a empatia e um ambiente seguro para todos os estudantes.
Por Lorena Benitez
Paraguaia, Acadêmica de Direito, membra da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência e da Comissão de Direitos Humanos da OAB Caruaru, Fundadora do Instituto Benitez Jones e Coordenadora do Orgulho Down de Caruaru.