No dia 11 de março de 1946, foi registrado em cartório o primeiro estatuto da recém-criada Fundação para o Livro do Cego no Brasil, por esse motivo todo dia 11/03 a educadora Dorina Nowill é homenageada pela “Criação da Fundação para o Livro do Cego no Brasil” mulher de extrema importância para luta de pessoas com deficiência visual.
Afinal, quem foi Dorina Nowill?
A brasileira, ativista e educadora Dorina de Gouvêa Nowill, conhecida mundialmente como a “dama da inclusão”, dedicou sua vida à inclusão dos deficientes visuais no Brasil. Ela ficou cega aos 17 anos, vítima de uma doença não diagnosticada que a fez perder a visão.
As inúmeras barreiras enfrentadas por ela em seu processo formativo a impulsionaram a lutar pela causa. Por ser a primeira aluna com deficiência visual a frequentar e se formar na escola em um curso regular, ela colaborou para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956.
Se especializou em educação de cegos no Teacher’s College da Universidade de Columbia, em Nova York, e percebendo a carência, no Brasil, de livros em braille – sistema de escrita e leitura para cegos – fundou em 1946 a Fundação para o Livro do Cego no Brasil e em 1948 trouxe para o Brasil a Kellog’s Foundation e a American Foundation for Overseas Blind, uma imprensa braille completa, com maquinários, papel e outros materiais que começaram seu trabalho para incluir pessoas com deficiência visual, no Brasil.
O que é considerada Deficiência Visual?
A deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. O nível de acuidade visual pode variar, o que determina dois grupos de deficiência:
Cegueira – há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.
Baixa visão ou visão subnormal – caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais.
Qual o papel da educação na inclusão da pessoa com Deficiência Visual?
A Educação é fundamental para que o homem garanta a sua existência a partir do desenvolvimento e da produção de idéias, conceitos, valores e habilidades.
No Brasil, 23,9% da população (45,6 milhões de pessoas) declararam ter algum tipo de deficiência, entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população.
A inclusão social na Educação, certamente tem sido um dos grandes desafios em todo mundo, precisando de cuidado e de um olhar atento, pois devemos pensar em uma sociedade realmente inclusiva e que prestigie cada dia mais a inclusão dos grupos incluindo a pessoa com deficiência visual na educação escolar básica.
Segundo Claudia Werneck , incluir significa “(…) normalizar uma pessoa não significa torná-las normal. Significa dar a ela o direito de ser diferente e ter suas necessidades reconhecidas e atendidas pela sociedade.”
A pessoa com deficiência visual tem o direito constitucional assegurado de ser incluída educacionalmente, e o poder público deve atuar de modo a efetivar os direitos inerentes a estas pessoas.
Dorina Nowill rompeu barreiras e conquistou espaços que tradicionalmente lhe seriam negados, garantindo por meio da sua luta, visibilidade àqueles que durante muito tempo foram excluídos da escolarização. O lema da educadora era:
“Vencer na vida é manter-se de pé quando tudo parece estar abalado. É lutar quando tudo parece adverso. É aceitar o irrecuperável. É buscar um caminho novo com energia, confiança e fé”
DORINA DE GOUVÊA NOWILL
A história de Dorina foi marcada por luta e superação, a ousadia e persistência foram decisivas na abertura das portas das escolas de todo o país para estudantes cegos. O legado deixado por Dorina Nowill é extenso, entre eles, a instituição “Fundação Dorina Nowil Para Cegos”, instalada em São Paulo, trabalha em prol da produção e distribuição de livros em braille e é responsável pela produção de 80% dos livros distribuídos pelo governo federal nas escolas que oferecem cursos especiais para cegos.
Mauricio de Souza, criador da Turma da Mônica, deu vida para a personagem Dorinha, uma menina com deficiência visual inspirada em Dorinha Nowill.
Assista a participação da Dorinha a Turma da Mónica:
Que possamos nos inspirar com a história dessa grande mulher que desde sempre lutou e não descansou até fazer cumprir seus direitos e de tantos outros.
Que a nossa coluna de hoje lhe estimule e motive a ser aquilo que você quer ser, mesmo com dificuldades ou problemas, pois com muita determinação, coragem e garra podemos mais do que imaginamos, e quem sabe, essa atitude nossa, faça a diferença na vida de outra pessoa.
Meu abraço apertado para cada um de vocês. Até a próxima coluna de Inclusão Social.
Lorena Benitez