A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou 68 bebês, que nasceram com anticorpos para a Covid-19. Um estudo inédito revelou que a maioria das mães, que geraram anticorpos depois de se infectarem pelo Sars-Cov-2, durante a gestação, transferiram os anticorpos para os bebês através da placenta.
O estudo utiliza o famoso Teste do Pezinho e a testagem das mães para identificar a Imunoglobulina IgG, que confirma a memória de anticorpos para Covid-19. Até o momento foram testados 506 mães e bebês.
Os pesquisadores usam a gotinha de sangue do teste para identificar a presença dos anticorpos e também realizam a coleta de uma gota de sangue da mãe para saber se ela gerou ou não anticorpos. Das 506 mães testadas, 68 geraram anticorpos e a maioria repassou para os bebês que também foram testados. As mães que participam do estudo não tomaram vacina contra a Covid-19, portanto, os anticorpos que desenvolveram ocorreram como resposta do próprio organismo ao vírus.
Um dos alvos da pesquisa é acompanhar esse público alvo em até dois anos, para verificar se existem sequelas para os bebês a longo prazo, a exemplo de problemas neurológicos pela contaminação no útero. Esse estudo se diferencia dos demais, porque ele avalia mães e bebês que estão saudáveis no dia da coleta. O que surpreendeu os pesquisadores foi o fato de que 13% das mães infectadas geraram anticorpos, percentual bem acima da população em geral, que gira em torno de 7% a 9%.
Estudos como este renovam as expectativas de que é provável que a nova geração nasça com imunidade para Covid-19. Seja através de gestantes que receberam a vacinação ou daquelas que adquiriram os anticorpos de forma natural, há uma motivação para acreditar nessa projeção imunológica. A duração dessa imunidade ainda não sabemos e necessitará de mais estudos para ser verificada. Mas uma coisa é certa, em meio ao caos estabelecido no mundo, são “gotinhas” de esperança para o futuro.
Essa foi a Coluna Saúde de hoje.
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