Todos nós sofremos os efeitos da pandemia, cada um de uma forma diferente, claro. Alguns sentiram dores emocionais, outros, perdas familiares, perdas financeiras, negócios que fecharam, trabalhos perdidos. Mas há algumas famílias que perderam todo tipo de renda que tinham. Os números aumentaram no último trimestre, diz IPEA, mas isso se deve a quê?
Deve-se à desigualdade de renda que vem sendo instalada desde que a COVID chegou ao Brasil. Alguns já conseguiram se recuperar, outros estão tomando fôlego, mas outros, não conseguiram se recuperar, e o número de famílias que não tem nenhum tipo de renda, tem aumentado. De 25%, passou para mais de 31% no último trimestre. Tudo isso ratifica como tem sido tímida a recuperação e a capacidade de voltar ao patamar financeiro que ocupavam antes da pandemia.
“A gente está vivendo de bolsa família, o que não chega a ser uma renda, né? é mesmo pra comprar um arroz e pouca coisa, feijão e carne aqui demora para conseguir e sem estudo, também, tudo fica mais difícil”, diz J.S.S, que mora com o filho e esposo, ele não conseguiu trabalho e ela precisa cuidar do bebê.
Pensando nisso, refletimos e pensamos: temos sido gratos o suficiente? Temos conseguido as três refeições? Temos olhado para o próximo e sido contribuintes para uma melhor condição social?
Talvez sempre esperemos do poder público. Esperamos que tudo passe e dizemos que todos estão no mesmo barco, quando na verdade, estamos todos em barcos, jangadas, bóias e navios distintos, atravessando o mesmo mar revolto.
Que possamos servir e contribuir, sendo fonte de esperança na vida de alguém!
Samara Sarmento
Mestre em Economia pela UFPE, Bacharel em Administração, com especialização em Gestão de Marketing. Docente do IFPE, atuando nas áreas de Gestão, Negócios, Finanças e Economia Local.
@samarasarmento