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21/03 – Vista suas meias coloridas todos os dias

Meias coloridas, Trissomia do Cromossomo 21 e Síndrome de Down, tem tudo a ver!

O Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado anualmente em 21 de março e o tema proposto para 2024 é “Chega de rótulos!”, uma convocação para a sociedade repensar seus preconceitos e estereótipos.

Mas e o que as meias coloridas tem haver com uma data tão relevante? Nesta data, é comum ver pessoas com meias coloridas e diferentes, essa ação é uma forma de chamar atenção para a causa, e assim, difundir informações de conscientização.

A iniciativa é alusiva à campanha internacional “Lots Of Socks”, que significa “Muitas Meias” e essa idéia foi criada porque os cromossomos tem formato de meias e o propósito de incentivar essa campanha é com o objetivo de levantar o debate sobre a questão, fofo né?

Não é surpresa para ninguém que ainda precisamos trabalhar a conscientização e empatia das pessoas, isso é primordial para termos a cidade inclusiva que tanto sonhamos, então, ao conscientizar sobre a Síndrome de Down, podemos combater o estigma e promover uma cultura de inclusão e respeito. Todos merecem ser valorizados por quem são, independentemente de suas diferenças.

Ao reconhecer e celebrar a diversidade construímos uma sociedade mais forte e compassiva, onde todos têm a oportunidade de florescer e contribuir.

Na coluna de hoje, vamos falar sobre um rapaz inspiração, nosso querido Arthur: Arthur é um jovem ativista, super simpático,  inteligente, de um carisma sem igual, extremamente comunicativo (tão comunicativo que vive palestrando para estudantes das mais inúmeras áreas) a vida dele é verdadeiramente inspiradora. Ah!!! Sim… Arthur tem Síndrome de Down, mas isso não faz com que ele deixe de fazer NADA do que ele gosta e quer. Olha só para algumas fotos dele arrasando nas palestras e eventos.

Mas perai…como assim, síndrome de Down? geralmente, quando se fala de uma pessoa com deficiência o diagnóstico sempre vem na frente, já percebeu? o rótulo do qual precisamos nos livrar o quanto antes!

Entender que o diagnóstico não pode ser um determinante nem mais importante do que outras características são fundamentais para evitar a discriminação e preconceito. Agora, verdade seja dita, não podemos falar de Arthur sem falar da sua mãe, a querida Tereza, mulher de uma garra sem igual, visão fora da curva, altamente resolutiva, decidida e com sede de inclusão e respeito. Incentivadora de seu filho, Tereza luta pela inclusão e participação ativa de Arthur em todos os espaços.

Incentivando, lutando e construindo, ela conseguiu fazer com que seu filho não tivesse uma condenação perpétua por conta de um diagnóstico obtido quando ainda era um recém nascido. Ela foi além, enfrentando todas as barreiras (que naquela época seguramente eram muito mais árduas que as de hoje), para poder garantir um lugar na sociedade, para que seu filho pudesse ser quem ele realmente é, onde quiser e como quiser, vivendo plena e efetivamente. Entretanto, “enfrentar barreiras” não deveria ser uma preocupação de uma mãe ao ser noticiada de que seu filho veio a esse mundo com síndrome de down ou outra deficiência, mas de fato é a primeira preocupação.

A verdade é que assim que nasce uma criança nasce uma mãe, agora quando nasce uma criança com deficiência, nasce também uma mãe ativista.. ativista pelos direitos de seus filhos, é o que elas precisam se transformar para poderem dar vez e voz a seus filhos, pois, com o diagnóstico, começa uma verdadeira via crucis na peregrinação pela efetivação e garantia dos direitos da pessoa com deficiência.

Importante lembrar que UM DIREITO NÃO É UM FAVOR, PRECISA SER RESPEITADO E EFETIVADO. Alguns deles são:

1. Direito de receber o Benefício do INSS de Prestação Continuada (BPC//LOAS),

2. Podem tirar Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e dirigir,

3. Tem direito à vaga especial no estacionamento,

4. Tem direito à cotas em empresas privadas e universidades públicas,

5. Tem direito à ter vagas reservadas em concurso público,

6. Acompanhantes de passageiros com Síndrome de Down recebem 80% de desconto nas passagens aéreas,

7. Uso do passe Passe Livre em transporte interestadual,

8. Isenção de impostos na compra de veículos (ICMS E IPI).

Mesmo tendo direitos resguardados pela Lei Maior do país, bem como por leis específicas como o Estatuto da Pessoa com Deficiência, há uma barreira muito maior para a plena e efetiva participação da pessoa com deficiência na sociedade: O preconceito estigmatizante, infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade onde paira o estigma social.

A consequência do estigma é a exclusão, a segregação, a morte da esperança.

O estigma taxa uma pessoa de forma pejorativa onde as pessoas estigmatizadas são tidas como “fora do padrão” ou quem está em desacordo com uma regra social esperada.

Para garantir a concretização de direitos e deveres das pessoas com síndrome de down é preciso reconhecer e respeitar as diferenças, para que assim seja possibilitada uma plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, do jeito que Tereza ensina e prega na vida do Arthur. Por tanto, quando falamos em inclusão devemos entender que ela não depende somente de políticas públicas e sim também da sociedade, que é co-responsável pela inclusão destas pessoas. Seja você também um ativista dessa causa!

Se informe, se interesse, não discrimine!

Torne-se um transmissor de informação que faz a diferença na vida das pessoas. Informação, ação e respeito têm tudo a ver com Inclusão! Vamos juntos?

Até a próxima coluna de Inclusão!

Lorena Benítez
Paraguaia, Acadêmica de Direito. Coordenadora dos grupos Orgulho Down e do Atipicamente de Caruaru. Membra da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência e da Comissão de Direitos Humanos da OAB Caruaru.

2 comentários em “21/03 – Vista suas meias coloridas todos os dias”

  1. Informação,participação ,e engajamento social é TD ,vc foi cirúrgica ,não podemos apenas esperar por políticas públicas ,temos que pôr em ação todas as informações necessárias dentro da nossa casa ,comunidade , e diversos lugares ,para que possamos fazer valer respeito e emp
    atia.

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  2. O Arthur é prova que a pessoa com deficiência não pode ser limitada, principalmente pela família. Ela deve ser a maior estimuladora e incentivadora. Parabéns ao blog por está visão de Inclusão.

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