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PF investiga suspeita de desvios de recursos do SUS e mira atual e ex-prefeito de Timbaúba

Do portal G1
A Polícia Federal desencadeou, nesta quarta-feira (3), uma operação para investigar a suspeita de crimes desvio de recursos públicos, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro relacionados a contratos firmados entre 2013 e 2016, em Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco .

Segundo a PF, estão entre os alvos da Operação Desmame o atual prefeito da cidade, Marinaldo Rosendo (PP), que ocupou o mesmo posto entre 2009 e 2013 e renunciou para concorrer ao cargo de deputado federal, e um que o sucedeu na prefeitura, de nome não confirmado.

Os contratos investigados totalizavam R$ 7,9 milhões e contavam com aporte de recursos federais do Sistema Único de Saúde (SUS). “Há suspeita de que, entre 2013 e 2016, tenha havido direcionamento nas licitações para aquisição de medicamentos e material hospitalar”, afirmou o delegado federal Daniel Silvestre.

Ao todo, foram emitidos dez mandados de busca e apreensão para endereços no Recife, em Olinda e em Timbaúba. Empresários, servidores e ex-servidores da prefeitura de Timbaúba também foram alvos.

A comunicação da Polícia Federal informou que o atual prefeito estava construindo um “mini-castelo” e que é investigada a possibilidade de dinheiro desviado ter sido usado na obra.

Denúncia e investigação

Há quatro anos, a Polícia Federal recebeu uma denúncia anônima sobre direcionamento em licitações, com favorecimento a uma distribuidora sediada em Timbaúba, e irregularidades na execução de contratos que contavam com aporte de recursos do Sistema Único de Saúde.

Um inquérito foi aberto depois de que a PF confirmou em parte a denúncia e obteve evidências de favorecimento à distribuidora.

“Realizamos diversas diligências, como oitivas, quebra de sigilo bancário e fiscal, e perícias que confirmaram a hipótese de direcionamento da licitação e trouxeram relevantes indícios da prática de recursos públicos e de lavagem de dinheiro”, disse o delegado.

Silvestre afirmou que há indícios de que a lavagem de dinheiro ocorria através de transferências de recursos para empresas do grupo empresarial de um dos ex-prefeitos, mas não detalhou qual deles.

“Além de tudo, constatou-se então a mescla de ativos provenientes dos desvios com ativos lícitos da atividade normal dessas empresas ligadas a esse ex-prefeito”, declarou.

Há suspeita da prática de crime de fraude à competitividade em processos licitatórios, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a 26 anos de prisão, segundo a polícia.

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