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COLUNA DA SEMANA: A indefinição do MDB em Pernambuco

Em Pernambuco o MDB é um partido com 2 senadores de polos distintos, Fernando Bezerra Coelho e Jarbas Vasconcelos. A construção eleitoral para 2022 passa por esses dois atores políticos. Embora pouco se fale em composições para o próximo pleito, uma indefinição cerca o partido: Qual dos dois polos o partido irá encampar?

Fernando Bezerra Coelho é o atual líder do governo Bolsonaro no Senado e já demonstrou ter uma boa interlocução com toda Esplanada dos Ministérios em Brasília, garantindo vultuosos investimentos da esfera federal no sertão de Pernambuco, em especial Petrolina. Com o fim do mandato no próximo ano, o senador tenta emplacar o projeto majoritário do filho, o prefeito Miguel Coelho para governador. O senador está disposto a abrir mão da disputa à reeleição para ceder espaço a outros partidos oposicionistas ao PSB e complicar de vez a situação da ala pró-PSB em Pernambuco. Mas caso o MDB lance candidatura própria à presidência da República, como fez na última eleição, ou reative a aliança com o PT, coloca o plano bolsonarista do senador por água a baixo.

A situação do MDB não é tão simples como se imagina, o comando do partido no estado está sob a batuta do deputado federal Raul Henry, aliado fiel do senador Jarbas Vasconcelos. Essa ala tende a caminhar com o PSB e de quebra, caso se confirme, marchar junto em apoio ao ex-presidente Lula (PT). Raul Henry já foi vice-governador no primeiro mandato de Paulo Câmara e administra bem a divisão no partido, dialogando com os dois lados. O senador Jarbas Vasconcelos é oposição a Bolsonaro desde 2018, quando declarou apoio a Haddad no segundo turno. Desde 2012, Jarbas está na base de apoio que elegeu Geraldo Julio para prefeito e Paulo Câmara para governador.

Atualmente o senador é apoiador do prefeito João Campos (PSB), em Recife. Caso não faça parte da Frente Popular em 2022, o MDB deverá desembarcar do governo de Pernambuco e deixar cargos estratégicos em todo estado. A saída do MDB representaria o fim de uma aliança vitoriosa que começou com a articulação de Eduardo Campos. O MDB elegeu 50 prefeitos em Pernambuco na última eleição de 2020, nomes importantes como, Edilson Tavares (Toritama), Yves Ribeiro (Paulista), Paulo Roberto (Vitória de Santo Antão), além do próprio Miguel Coelho (Petrolina), aguardam uma definição dos postulantes para 2022 e para qual lado o pêndulo do poder irá apontar. O que resta no momento é a indefinição se o MDB é esquerda, direita ou fica neutro na polarização que se aproxima. O que se sabe é que o MDB será um dos partidos chave para a construção de um projeto majoritário para 2022.

O Foco agora é vencer a Covid
Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP, afirmou que o governador Paulo Câmara é o grande condutor do processo de 2022 em Pernambuco, mas destaca que o foco agora é o enfrentamento da pandemia. “Nossa maior preocupação é vencer a Covid”, disse Dudu.

Raquel Lyra e suas andanças
Essa semana, foi a vez da prefeita Raquel Lyra dar início ao projeto de viabilização de pré-candidatura ao governo do estado. Com apoio já sinalizado por Marília Arraes (PT), Daniel Coelho (CIDA) e Armando Monteiro (PSDB), Raquel partiu em busca de costurar alianças na região metropolitana do Recife, visitando a prefeita do Ipojuca, Célia Salles (PTB), e o prefeito do Cabo, Keko do Armazém (PL).

Anderson Ferreira mirando o Senado
O prefeito de Jaboatão dos Guararapes também tem feito movimentos parecidos com o de Raquel Lyra, trazendo pra o Centro Administrativo do Jaboatão prefeitos do Agreste. As informações e movimentos indicam que ele deverá ser o candidato a senador na chapa majoritária com Raquel Lyra.

Múltiplas candidaturas na Oposição
A tese de mais de uma candidatura pelo campo das oposições em Pernambuco tem sido defendida. Até agora o cenário seria com Miguel Coelho (MDB) como um dos candidatos, de centro-direita, e Raquel Lyra (PSDB) em outro flanco mais à centro-esquerda. Essa é uma estratégia com o intuito de levar a eleição para o segundo turno contra o candidato do Palácio do Campo das Princesas. Resta saber se essa tese se sustenta sendo o furacão Lula (PT) candidato à presidência em aliança com o PSB de Pernambuco.

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